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domingo, 13 de setembro de 2009

Atualidades...

Discurso de Obama sobre educação gera polêmica
 

Por: Zero Hora

Conservadores acusam o presidente de querer doutrinar os jovens com propaganda "socialista" A Casa Branca divulgou hoje o texto de um discurso sobre educação que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará nesta terça-feira, com o objetivo de esvaziar uma controvérsia levantada pelos conservadores.

Em sua apresentação, Obama utiliza sua experiência pessoal para encorajar os estudantes a superar seus problemas pessoais e começar o ano letivo com ambição e empenho. O texto está longe de ser polêmico, mas o simples fato de o presidente fazer um discurso dirigido aos alunos em uma escola do país abriu espaço para os conservadores o acusarem de querer doutrinar os jovens com propaganda "socialista".

Na semana passada, a Casa Branca chegou a abrir uma página de internet sobre o discurso, na qual pedia aos alunos que escrevessem cartas ajudando o presidente com argumentos. Diante das críticas dos comentaristas de direita, no entanto, o presidente decidiu substituir a palavra "deveres" por "encarregar" as crianças para que escrevam sobre como alcançarão seus objetivos educativos, embora hoje essa página esteja indisponível.

Mesmo assim, alguns distritos escolares do país optaram por não transmitir a mensagem na terça-feira e outros decidirão hoje se irão ou não se conectar. O discurso de Obama será na escola de ensino médio Wakefield, em Arlington (Virgínia), quando o presidente convidará os alunos a terem responsabilidade e aplicarem-se nos estudos neste ano.

"Se deixa a escola, não está simplesmente dando as costas para você mesmo, mas estará dando as costas ao país" dirá o presidente na terça-feira. Obama falará ainda que os problemas em casa não são impedimentos para o esforço e para não tratarem os professores com respeito. - Meu pai deixou minha família quando eu tinha 2 anos - relatará o governante no discurso. - Havia momentos em que eu me sentia só, parecia que eu não me encaixava na escola - desabafará o presidente, destacando a importância para superar dificuldades.

Os presidentes George H.W. Bush e Ronald Reagan, ambos republicanos, também fizeram discursos similares durante seus mandatos e, à época, tais pronunciamentos, suscitaram queixas democratas.

Desta vez, os conservadores estão em pé de guerra porque consideram uma afronta os planos "socialistas" de Obama, especialmente sua proposta de reforma do sistema de saúde. Para eles, o discurso é uma maneira de impor essas ideias às crianças.

Michelle Malkin, uma das vozes da direita, acusou hoje o Governo em seu blog de tentar persuadir os alunos com mensagens a favor da despesa em educação, em prol da imigração ilegal, do casamento gay, da propaganda ambiental e contra a guerra.

O secretário de Educação, Arne Duncan, classificou o episódio em torno de um discurso de 18 minutos como algo "estúpido". O objetivo, pondera, é apenas encorajar os alunos a levarem a educação a sério, segundo disse em entrevista a uma televisão local no domingo.

Crise coloca em xeque a ciência e o status dos economistas
 

Por: Frédéric Lemaître - Tradução: Lana Lim

Isso pode não agradar a nós, republicanos, mas é à rainha da Inglaterra que devemos a pergunta mais pertinente feita até agora sobre a crise financeira. "Como é possível que ninguém tenha a previsto?", ela perguntou, no fim de 2008, durante uma visita à influente London School of Economics. A questão teve o mérito de abrir no Reino Unido um debate público que na França infelizmente ainda não veio à tona.

Foram necessários mais de seis meses para que um grupo de eminentes economistas britânicos conseguisse enviar a resposta ao Palácio de Buckingham, mas desde julho a rainha sabe. Ela sabe que "a falha em prever a data, a importância e a gravidade da crise e em contê-la, ainda que houvesse diversas causas, foi sobretudo uma falha da imaginação coletiva de muitas pessoas brilhantes, neste país e no exterior, em entender os riscos do sistema, em sua totalidade". Outros foram menos diplomáticos. Para Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia em 2008, nos últimos trinta anos a macroeconomia "foi, na melhor das hipóteses, enormemente inútil, e na pior, simplesmente nociva", segundo comentários trazidos pelo "The Economist" (em 16 de julho).

É pena que tal debate seja reservado aos iniciados. Afinal, os economistas constituem sem dúvida a profissão que mais tem influência sobre os políticos e, portanto, sobre nossas vidas. Há dois séculos eles tentam nos convencer de que sua disciplina é tão séria quanto a física ou a química. E ainda que Alfred Nobel não tenha planejado lhe conferir um prêmio, o Banco da Suécia obteve em 1968 o direito de criar o "prêmio do Banco da Suécia em ciências econômicas em memória de Alfred Nobel", que logo se tornou o "Nobel da Economia". Para os interessados, nada de mais normal. A última obra de Pascal Salin, professor na Paris-Dauphine e liberal convicto, diz muito sobre o estado de espírito da profissão. Seu título? "A economia não mente" (2008). Seu fio condutor? "A economia é uma ciência; seu objetivo é distinguir entre as boas e as más políticas". Entre as dez verdades estabelecidas: "A criação de mercados financeiros complexos levou a verdadeiros progressos econômicos. Essa sofisticação financeira facilitou a distribuição mundial dos riscos, permitindo assim um maior número de riscos corridos, o que amplifica a inovação".

Você ri, mas até a crise, essa ideia era comumente partilhada. Da mesma forma, questionava-se muito pouco a sacrossanta eficiência dos mercados. Isso explica as teorias liberais aplicadas um pouco em cada lugar há cerca de trinta anos. E as ideias pré-concebidas, como a obrigação imposta pelo FMI e pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aos países emergentes de liberalizar os mercados de capitais. Entretanto, como observa Francis Fukuyama na revista "The American Interest" de setembro, "o setor financeiro asiático é um dos menos liberalizados, mas isso não o impediu de atingir há trinta anos taxas de crescimento inéditas".

Logicamente, a crise deveria pelo menos colocar em questão a macroeconomia e a economia financeira. A primeira claramente acreditou demais na eficiência dos mercados e ficou obcecada pela inflação, sem ver a bolha de ativos financeiros. A segunda é acusada de ter ignorado a realidade. "Uma grande parte da literatura (econômica) contemporânea passou progressivamente para o controle de matemáticos puros, mais preocupados com teoremas do que com a análise do real", lamenta o economista Maurice Allais na revista "Economie politique" (verão de 2009), antes de lembrar que "é somente no caminho de um imenso esforço de síntese que as ciências sociais podem hoje realizar grandes progressos".

Mas os críticos vão além. Formados em sua maioria durante os "trinta anos gloriosos", os economistas ainda não analisaram a importância assumida pelas finanças nas economias desenvolvidas. Quando um banco realmente está "grande demais para morrer"? Quando ele realmente põe em risco o sistema financeiro como um todo? Qual é a remuneração mais adequada para um trader? Será lógico que, nos países ocidentais, quase metade dos lucros das grandes empresas mundiais sejam hoje realizados por instituições financeiras que não criam riquezas propriamente ditas? Podem os mercados se autorregular, ou eles são intrinsecamente instáveis (tese do economista francês André Orléan)?

A essas perguntas, os economistas oferecem poucas respostas convincentes. Por quê? Em sua publicação, Francis Fukuyama observa: "Muitos economistas e professores de finanças nas escolas de administração trabalham para bancos de investimentos e "hedge funds", ajudando-os a elaborar modelos complexos que, olhando em retrospecto, se revelaram inadequados para prever os riscos. Consequentemente, eles têm um interesse pessoal no sucesso do setor financeiro que não é compensado por nenhuma incitação a pensar que o setor, como um todo, destrói mais valor do que cria". Uma crítica que se aplica a muitos economistas franceses influentes, como mostra a composição do Conselho de Análise Econômica.

Talvez isso explique o silêncio da categoria.


Entenda a crise do crédito – confira os efeitos no Brasil 
Por: Terra

Confira os principais acontecimentos da crise econômica, que começou com os empréstimos de risco nos Estados Unidos.


A Bolha do crédito

Um período de forte disponibilidade de recursos (liquidez) no mercado internacional gerou um esgotamento de clientes no segmento de financiamento imobiliário e hipotecas nos Estados Unidos. Com recursos sobrando e poucos consumidores com bom histórico de pagamentos disponíveis, os bancos passaram a emprestar dinheiro nestas modalidades a pessoas que tinham menos garantias

Os primeiros problemas

Os problemas para as instituições financeiras começaram no início de 2007, quando foram divulgadas as primeiras perdas com este tipo de negócio, frente às dificuldades para recuperar os empréstimos concedidos. Em março daquele ano, a associação de bancos hipotecários dos EUA apontou que a inadimplência no setor alcançou seu ponto mais alto em sete anos. Outro dado divulgado mostrou que os preços de imóveis no país registravam sua primeira queda anual desde 1996.

Além dos problemas nas instituições financeiras, a crise chegou às bolsas de valores já que estes mesmos bancos vendiam papéis atrelados aos ganhos com os empréstimos imobiliários. Com medo de perdas, houve uma corrida para resgatar o dinheiro aplicado nestes fundos e, conseqüentemente, uma preocupação se os bancos teriam condição de honrar os compromissos com os investidores em fuga.

Outro setor afetado pela crise foi o do ramo de seguros. Além das apólices imobiliárias, as seguradoras também protegiam os contratos de alto risco dos bancos de investimento no subprime, que perderam o valor e estão no foco da crise financeira.

Sucessão de quebras

Os primeiros reflexos nos bancos do agravamento da inadimplência no subprime começaram a ser vistos em abril de 2007, quando a New Century Financial, a maior empresa independente de crédito imobiliário subprime dos EUA, entrou com pedido de proteção contra falência e demitiu metade de seus funcionários. Em meados de março, a companhia já tinha parado de conceder financiamentos, abalada pelo aumento da inadimplência.

O repasse das dívidas da New Century para outras instituições financeiras começou a gerar um efeito cascata no setor. Ainda no mês de abril, o Citigroup anunciou perdas de US$ 5 bilhões no primeiro trimestre de 2007 e, em julho, o Bear Stearns decretou a falência de dois de seus fundos de investimento.

Em agosto, o banco francês PNB Paribas disse a seus investidores que eles não conseguiriam resgatar seus investimentos, devido à "completa evaporação da liquidez" do mercado, em um sinal claro de que os bancos estavam recusando-se a emprestar dinheiro uns aos outros. No mesmo mês, o American Home Mortgage, décimo maior banco hipotecário dos Estados Unidos, também declara moratória.

O banco britânico Northern Rock pediu e recebeu ajuda financeira emergencial do banco central. No dia seguinte, os correntistas retiraram cerca de US$ 2 bilhões, em uma das maiores fugas de capital da Grã-Bretanha.

No último mês de 2007, o presidente americano, George W. Bush, anunciou um plano para ajudar 1,2 milhão de pessoas com dificuldade hipotecárias. O Federal Reserve (FED, o banco central dos EUA) coordenou uma ação com outros cinco bancos centrais para enfrentar o problema de falta de dinheiro nos mercados.

A passagem do ano só fez com que os problemas na crise aumentassem. Fevereiro (2008) começou com a nacionalização, por parte do governo britânico, do banco Northern Rock. Em 17 de março de 2008, após forte queda de suas ações, o americano Bear Stearns, quinto maior banco dos EUA, foi vendido ao JP Morgan por US$ 236 milhões. Um ano antes da compra, o valor de mercado do Bear era de US$ 18 bilhões. A operação só foi concretizada após o FED ter aceitado financiar US$ 30 bilhões de ativos de menor liquidez da instituição com problemas.

Em busca de capital, o banco britânico Royal Bank of Scotland (RBS) anunciou o plano para levantar dinheiro junto aos acionistas, lançando novas ações no mercado, que chegaram ao valor 12 bilhões de libras (mais de R$ 41 bilhões), o maior lançamento de ações da história corporativa da Grã-Bretanha. Em ações similares, o UBS, um dos mais afetados pela crise financeira mundial, também lançou ações no valor de US$ 15,5 bilhões para cobrir parte de suas perdas, que chegaram a US$ 37 bilhões, e o Barclays também anunciou planos para levantar 4,5 bilhões de libras (cerca de R$ 15,4 bilhões) com lançamento de ações.

Em julho, o IndyMac Bancorp sofreu intervenção por parte de autoridades americanas. O banco viria a pedir proteção à lei de falências apenas três semanas depois. Em agosto, o HSBC alertou que as condições dos mercados financeiros são as mais difíceis "das últimas décadas", depois de sofrer uma queda de 28% em seus lucros semestrais.

No mês de setembro, o governo americano assumiu o controle das gigantes de financiamento de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac que, juntas, detinham quase metade dos US$ 112 trilhões em dívidas com hipotecas no país.

No mesmo mês, outras três grandes instituições financeiras envolvidas na crise de crédito tiveram destinos distintos. Depois da falha na busca por um comprador, o Lehman Brothers - 4º maior banco de investimento dos EUA - pediu concordata, afetado por perdas acumuladas de US$ 7,8 bilhões e uma carteira de ativos que ainda contava com US$ 54 bilhões em investimentos atrelados ao mercado imobiliário com risco potencial de difícil avaliação.

No mesmo dia, o Merrill Lynch, um dos principais bancos de investimento americanos, concordou em ser comprado pelo Bank of America por US$ 50 bilhões para evitar prejuízos maiores.

Um dia depois, a seguradora American International Group (AIG) recebeu um empréstimo de US$ 85 bilhões do governo americano para evitar um possível pedido de falência, após perdas de US$ 18,5 bilhões em três trimestres consecutivos. A empresa foi afetada por ter muitas apólices que protegiam bancos de perdas com investimentos de alto risco.

O banco Washington Mutual - maior de poupança e empréstimos nos EUA - também foi fechado pelo governo, na maior falência de um banco na história do país. Os ativos bancários da instituição foram vendidos ao JPMorgan Chase por US$ 1,9 bilhão. Segundo o órgão que fechou o Mutual, o banco tinha US$ 188,3 bilhões em depósitos e foi descrito como uma instituição de US$ 307 bilhões.

Ainda no mês de setembro, o FED aprovou a transformação dos dois últimos grandes bancos de investimento do país – o Goldman Sachs e o Morgan Stanley – em instituições comerciais

Setembro também marcou o alastramento da crise pelo setor bancário europeu com a nacionalização parcial do grupo belga Fortis, para garantir sua sobrevivência. Autoridades na Holanda, Bélgica e Luxemburgo aceitaram investir 11,2 bilhões de euros na operação.

Na Grã-Bretanha, o governo confirmou a nacionalização do banco de hipotecas Bradford & Bingley. O governo assumiu o controle de financiamentos e empréstimos do banco no valor de 50 bilhões de libras (cerca de R$ 171 bilhões) enquanto suas operações de poupança e agências foram vendidas para o Santander, da Espanha. Já o governo da Islândia assumiu o controle do terceiro maior banco do país, Glitnir, depois que a companhia teve problemas com fundos de curto-prazo.

Outro banco atingido fortemente pela crise, o americano Wachovia, teve sua compra pelo Wells Fargo referendada pelo FED, após uma disputa que também envolveu como possível comprador o Citigroup.

EUA lançam pacote de US$ 700 bilhões

Diante do aumento das perdas e a quebra de mais bancos, o governo americano resolveu elaborar, em setembro de 2008, um plano de ajuda às instituições financeiras. O pacote, delineado pelo Tesouro americano, foi destinado inicialmente para a compra de títulos podres ligados ao subprime, como forma de recuperar o seu valor e estabilizar os mercados.

No dia 28 de setembro, os líderes do Congresso dos EUA e da Casa Branca fecharam o acordo para a votação do plano, inicialmente na Câmara de Representantes (Deputados) e, dois dias depois, no Senado.

No dia seguinte, a câmara baixa do Congresso americano rejeitou o pacote, com extrema desaprovação entre os membros do partido Republicano - mesmo do presidente George W. Bush. Na esteira da rejeição, a Bolsa de Nova York caiu 6,98% e sofreu a, até então, maior queda em pontos de sua história.

Em meio a apelos diários do presidente americano, o Senado americano vota o plano de US$ 700 bilhões, mas com algumas modificações, como isenções fiscais, aumento das garantias de depósitos bancários particulares e a limitação nas remunerações de executivos de bancos beneficiados pelo pacote. O projeto aprovado na casa tinha cerca de 400 páginas, contra 100 páginas do original que foi rejeitado pelos representantes dois dias antes.

As medidas seriam mais tarde, no dia 3 de outubro (2008), referendadas pela Câmara de Representantes e sancionadas no mesmo dia pelo presidente americano.

Apesar de celebrado, o pacote não gera estabilidade nas bolsas de valores e requer medidas adicionais. Como parte da liberdade para destinar os recursos conforme a situação exigisse, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, anunciou, na esteira de países europeus, que US$ 250 bilhões dos US$ 700 bilhões seriam usados pelo governo americano para recapitalizar os bancos do país - medida que foi aceita de início por nove grandes instituições financeiras dos EUA.

A reação europeia

Vendo a situação nos mercados mundiais piorarem, na esteira de uma sucessão de quebras de bancos, em setembro (2008), e do efeito quase nulo do pacote dos Estados Unidos sobre as bolsas de valores, os países europeus começaram a trabalhar em medidas mais efetivas contra a crise financeira.

Inicialmente, foram tomadas medidas isoladas por alguns países, como a garantia ilimitada de todos os depósitos, papéis e dívidas dos bancos da Irlanda, concedida em 30 de setembro pelo governo do país.

A atitude irlandesa colocou outros países europeus sob pressão, pois a extensão das garantias aos depósitos particulares poderia gerar um efeito dominó, visto que na União Europeia (UE) a circulação de capital é livre e as pessoas poderiam simplesmente retirar seu dinheiro e depositá-lo em países com as maiores garantias, complicando ainda mais a liquidez dos já combalidos bancos do continente.

O caráter integrado da economia e do sistema financeiro, conjugado com a ausência de uma autoridade comum, levou os países do bloco a manifestaram a intenção de tomar medidas em comum para amenizar a turbulência.

Depois da Irlanda, o Reino Unido anunciou, no dia 8 de outubro 92008), um plano de 50 bilhões de libras para recapitalizar os bancos do país.

Sob pressão do efeito abaixo da expectativa do pacote americano e reunidos em Paris, no dia 12 de outubro, os líderes dos 15 países que adotam o euro como moeda decidiram, além de garantir os empréstimos interbancários, recapitalizar os bancos do continente e assegurar que nenhuma instituição financeira quebrasse.

Além disso, eles acordaram que os países do bloco deveriam estender suas garantias para depósitos particulares a pelo menos 50 mil euros, ressaltando que alguns países garantiriam até 100 mil euros.

Ao longo da semana seguinte, Alemanha (500 bilhões de euros) e França (360 bilhões de euros), além de outros membros da UE, anunciaram planos para estabilizar seus mercados financeiros.

Os efeitos no Brasil

O agravamento da crise de crédito no exterior começou a ter reflexos nas economias emergentes, que antes eram tidas como "blindadas" contra a crise. No Brasil, em 24 de setembro, o Banco Central (BC) tomou sua primeira medida. A autoridade monetária brasileira adiou a implementação de um recolhimento compulsório, a ser feito em títulos federais, sobre leasing.

No começo de outubro, em face de uma retração mais severa de crédito, o BC decidiu flexibilizar a regra do recolhimento compulsório para depósitos bancários a prazo - apontada pelos bancos como justificativa para o spread bancário (diferença entre os juros de captação do dinheiro pelo banco e os que são cobrados a empresas e pessoas físicas). Na época, a medida foi apontada como capaz de irrigar a economia com até R$ 23,5 bilhões.

Dias mais tarde, o Banco Central modificou novamente as regras, autorizando as instituições financeiras a abater do volume do compulsório o valor das carteiras de crédito que venham a adquirir de outros bancos pequenos e médios (com patrimônio de referência de até R$ 2,5 bilhões).

Em face de uma queda de 15% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em 6 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião Conselho Político da Coalizão (que reúne sua base de apoio no Congresso Nacional), decidiu editar uma medida provisória permitindo ao Banco Central comprar a carteira de crédito de bancos pequenos.

A medida serviria para evitar que as instituições financeiras, caso ocorressem problemas de liquidez, tenham de vender suas carteiras e preços irrisórios e assim evitar quebras como as vistas nos Estados Unidos.

No dia 13 de outubro, o BC editou nova circular, pré-disponibilizando de forma integral os recursos referentes a alguns recolhimentos compulsórios de depósitos bancários. A medida, com impacto potencial de R$ 100 bilhões, ficou condicionada às necessidades do mercado.

No dia seguinte, a autoridade monetária reduziu a alíquota do recolhimento compulsório sobre depósitos à vista de 45% para 42% - ação com impacto estimado de R$ 3,6 bilhões.

Além dos reflexos na concessão de crédito, o agravamento da crise financeira também trouxe turbulência na cotação do dólar ante o real. A moeda americana teve alta de cerca de 50% em relação à brasileira no espaço de dois meses (agosto, setembro e começo de outubro).

A escassez de dólares no mercado forçou uma atuação do BC, que passou a vender moeda das reservas internacionais, contratos futuros e com compromisso de recompra para tentar estancar a alta da divisa ante o real.

Bolsas registram perdas históricas

A venda de papéis atrelados ao mercado subprime, por parte dos bancos, como opções de investimento, trouxe pânico às bolsas de valores pelo mundo após o colapso deste segmento imobiliário, ocorrido principalmente nos Estados Unidos.

O agravamento da crise levou o Dow Jones, principal índice da bolsa de Nova York, a acumular perdas de cerca de 30% em 2008, além de quebrar dois recordes históricos: maior queda em pontos para um só dia (777,68 em 29 de setembro) e maior queda percentual desde o crash de 1987 (7,87% em 14 de outubro).

No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perdeu a euforia com a conquista do investimento grade, por parte do País, no meio do ano. De seu pico, em 20 de maio, aos 73.516 pontos, o índice perdeu 50,49% até o fechamento do dia 17 de outubro, aos 36.399 pontos.

O vai-e-vem das expectativas, levadas pelos anúncios de pacotes de resgate do sistema financeiro pelo mundo, levou a bolsa brasileira a ter uma alta de 14,66%, em 13 de outubro, a cair 11,39% dois dias depois.

A pressão foi sentida em outros mercados, como o de Tóquio – também fortemente ligado a empresas exportadoras, onde a bolsa teve, em 8 de outubro, uma queda de 9,38% - a segunda maior da história. Na semana seguinte, em 16 de outubro, a bolsa japonesa voltou a tombar e a queda de 11,4% passou a ser a segunda maior do índice.

A crise financeira também teve reflexos na cotação do preço do petróleo, que, em 2008, tinha batido uma série de recordes históricos, chegando ao patamar de US$ 140. Com os temores de redução na demanda pela commodity, o barril passou a ser negociado próximo do patamar dos US$ 70 por barril, metade do pico de 2008.


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