A todo momento, podemos constatar nos meios de comunicação (televisão, jornais, revistas, internet, folhetos, livros etc.), a presença da “linguagem” gráfica. Uma pessoa que não a domina, não é capaz de compreender as informações apresentadas. Para interpretar bem um gráfico é necessário ter atenção e um prévio conhecimento no assunto, que acaba colaborando para seu melhor entendimento. Muitos gráficos são fáceis de ser analisados, outros, nem tanto. Há uma infinidade de maneiras de se por informações em um gráfico, principalmente matemáticas. Visitar sites como o do IBGE (que por acaso é fonte de inspiração para essas provas) e outros que fazem pesquisas ajuda e muito. Quanto mais contato com esse material mais fácil será sua compreensão.
Roberto Santos
Como analisar um gráfico
De maneira geral, os gráficos apresentam os mesmos elementos. O método básico de análise de gráficos consiste em identificar e interpretar esses elementos:
- Identificar e interpretar o título do gráfico. Ele é o asssunto que está sendo tratado.
- Identificar e interpretar os dados apresentados. Em caso de gráficos de barra
ou coluna observar os eixos X e Y.
- Identificar a unidade de valor dos dados.
- Identificar e interpretar a legenda. Ela informa as representações em mapas, por exemplo.
- Deter conhecimento prévio do assunto tratado. Isso exige leituras diárias de jornais, revistas e livros e acompanhamento do noticiário em rádio e TV.
- Identificar a fonte do gráfico. Quem elaborou o gráfico, geralmente abaixo do gráfico.
A produção mundial de cereais tem batido recordes. Em 2007, por exemplo, ela atingiu 2.075 milhões de toneladas e superou a do ano anterior em 4,8%, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
Mesmo assim, aumentou significativamente nesse período o preço da importação de cereais – atualmente, 36 nações permanecem em situação de insegurança alimentar, expressão que designa países que precisam de ajuda externa para dar de comer a sua população e onde há fome e desnutrição profundas.
A cada noite, milhões de miseráveis vão dormir de barriga vazia. Algo vergonhoso em um planeta com tanta comida, mas já foi pior. Há 40 anos, quando a humanidade era constituída de 3,5 bilhões de pessoas, 1 bilhão delas passavam fome.
Em 2004, os famintos eram 850 milhões, um em cada sete habitantes. A incidência de fome recuou porque a comida ficou mais acessível aos pobres. Segundo pesquisa da FAO, o preço real dos alimentos caiu pela metade, entre os anos 1970 e 1990.
Mas por que, em termos gerais, permanece inalterada essa situação de insegurança alimentar de amplas parcelas da população mundial, mesmo quando cresce a produção de alimentos?
De acordo com a FAO, mesmo com a alta produção, o estoque de grãos atingiu o nível mais baixo em duas décadas, e as reservas não são suficientes para atender à crescente demanda, alimentada pela indústria dos biocombustíveis.
O planeta poderia reduzir a escassez de grãos em curto prazo se deixasse de usá-los para produzir etanol, acreditam especialistas da FAO. O crescimento da demanda por etanol nos EUA dobrou entre 2005 e 2007, o que inflacionou o preço de alimentos.
O gráfico acima mostra o consumo de grãos nos EUA para a fabricação de etanol. Entre os anos de 2005 e 2007, o consumo mundial de grãos cresceu em 79 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões foram usados pelos EUA para fabricar etanol.
- Identificar e interpretar o título do gráfico. Ele é o asssunto que está sendo tratado.
- Identificar e interpretar os dados apresentados. Em caso de gráficos de barra
ou coluna observar os eixos X e Y.
- Identificar a unidade de valor dos dados.
- Identificar e interpretar a legenda. Ela informa as representações em mapas, por exemplo.
- Deter conhecimento prévio do assunto tratado. Isso exige leituras diárias de jornais, revistas e livros e acompanhamento do noticiário em rádio e TV.
- Identificar a fonte do gráfico. Quem elaborou o gráfico, geralmente abaixo do gráfico.
O texto abaixo refere-se a seguinte competência e habilidade exigida pelo Enem:
utilizar informações expressas em gráficos e tabelas para fazer inferências
Área de conhecimento: matemática
utilizar informações expressas em gráficos e tabelas para fazer inferências
Área de conhecimento: matemática
Por que sobe o preço dos cereais?
O desequilíbrio entre o consumo e a produção mundial de grãos provoca inflação e ameaça o abastecimento mundial
A produção mundial de cereais tem batido recordes. Em 2007, por exemplo, ela atingiu 2.075 milhões de toneladas e superou a do ano anterior em 4,8%, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
Mesmo assim, aumentou significativamente nesse período o preço da importação de cereais – atualmente, 36 nações permanecem em situação de insegurança alimentar, expressão que designa países que precisam de ajuda externa para dar de comer a sua população e onde há fome e desnutrição profundas.
A cada noite, milhões de miseráveis vão dormir de barriga vazia. Algo vergonhoso em um planeta com tanta comida, mas já foi pior. Há 40 anos, quando a humanidade era constituída de 3,5 bilhões de pessoas, 1 bilhão delas passavam fome.
Em 2004, os famintos eram 850 milhões, um em cada sete habitantes. A incidência de fome recuou porque a comida ficou mais acessível aos pobres. Segundo pesquisa da FAO, o preço real dos alimentos caiu pela metade, entre os anos 1970 e 1990.
Mas por que, em termos gerais, permanece inalterada essa situação de insegurança alimentar de amplas parcelas da população mundial, mesmo quando cresce a produção de alimentos?
De acordo com a FAO, mesmo com a alta produção, o estoque de grãos atingiu o nível mais baixo em duas décadas, e as reservas não são suficientes para atender à crescente demanda, alimentada pela indústria dos biocombustíveis.
O planeta poderia reduzir a escassez de grãos em curto prazo se deixasse de usá-los para produzir etanol, acreditam especialistas da FAO. O crescimento da demanda por etanol nos EUA dobrou entre 2005 e 2007, o que inflacionou o preço de alimentos.
O gráfico acima mostra o consumo de grãos nos EUA para a fabricação de etanol. Entre os anos de 2005 e 2007, o consumo mundial de grãos cresceu em 79 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões foram usados pelos EUA para fabricar etanol.
Fonte: Guia do Estudante, Enem - 2009
(No arquivo para download você encontrará outros dois gráficos referentes ao texto.)
Pontos a serem levados em consideração:
1. A fome e a desnutrição
1. A fome e a desnutrição
Para levar uma vida saudável e ativa precisamos ter acesso a alimentos em quantidade, qualidade e variedade adequadas que respondam às nossas necessidades energéticas e nutrientes. Sem uma nutrição adequada, as crianças não poderão desenvolver seu potencial máximo e os adultos encontrarão dificuldades em manterem ou expandirem este potencial.
Como nem todas as pessoas têm um acesso adequado aos alimentos que necessitam, a fome e a desnutrição se tornaram um problema de grande abrangência no mundo. Hoje em dia, mais de 850 milhões de pessoas sofrem por desnutrição crônica e nem podem obter alimentos suficientes para satisfazerem suas necessidades energéticas mínimas. Aproximadamente 200 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem sintomas de desnutrição aguda ou crônica, cifra que aumenta em períodos de escassez de alimentos ou em épocas de epidemia de fome e conflitos sociais. Segundo algumas estimativas, a desnutrição é um fator importante entre os que determinam a cada ano a morte de aproximadamente 13 milhões de crianças com menos de cinco anos por doenças ou infecções evitáveis, como: sarampo, diarréia, malária, pneumonia e combinações das mesmas.
A grande maioria das pessoas subnutridas vive nos países em via de desenvolvimento que contam com 95% (798 milhões) do total dos subnutridos, 34 milhões de pessoas em países em transição e 10 milhões em países industrializados. A nível regional, a Ásia e a área do Pacífico reúnem três quintos (505 milhões) da população subnutrida mundial; somente na Índia vivem 214 milhões de pessoas subnutridas e pelo menos um quarto (198 milhões) vive na África Subsaariana, que é também a região que registra a proporção mais alta de população subnutrida.
A desnutrição é uma das principais causas do nascimento de crianças com peso abaixo do normal bem como de problemas de crescimento. As crianças que nascem com peso abaixo do normal e que sobrevivem têm muitas probabilidades de apresentarem atraso no crescimento e adoecer durante a infância, a adolescência e a vida adulta. Aliás, é provável que as mulheres adultas com atraso no crescimento perpetuem o círculo vicioso da desnutrição dando à luz a crianças com peso baixo. Cada vez ficam mais claros os vínculos causais entre a desnutrição em tenra idade - incluindo o período de crescimento fetal - e a futura aparição de problemas crônicos de saúde como cardiopatias das coronárias, diabetes e hipertensão arterial. Nos países em desenvolvimento nascem, a cada ano, cerca de 30 milhões de crianças com atraso no crescimento causado pela subnutrição na fase intra-uterina.
A desnutrição em termos de carências de vitaminas e sais minerais essenciais continua sendo a causa de doenças graves e de morte para milhões de pessoas em todo o mundo. Mais de 3,5 bilhões de pessoas sofrem de carência de ferro, dois bilhões estão expostas aos riscos de carência de iodo e 200 milhões de crianças em idade pré-escolar têm carência de vitamina A. A carência de ferro pode causar atraso no crescimento, reduzir a resistência às doenças e prejudicar a longo prazo o desenvolvimento mental, motor e das funções reprodutivas; ao mesmo tempo provoca aproximadamente 20 por cento das mortes relacionadas com a gravidez. A carência de iodo pode causar danos cerebrais irreparáveis, retardamento mental, distúrbios nas funções reprodutivas, diminuição da expectativa de vida infantil e bócio, e numa mulher gestante poderá determinar diferentes graus de retardamento mental da criança que vai nascer. A carência de vitamina A pode provocar cegueira ou morte das crianças e contribuir para a redução de seu crescimento físico e sua resistência a infecções, colaborando para o aumento da taxa de mortalidade infantil.
Mesmo manifestações leves destas deficiências podem limitar o desenvolvimento de uma criança e a sua capacidade de aprendizagem em tenra idade, determinando a acumulação de deficiências em seu rendimento escolar. Deficiências como estas levam a níveis mais altos de evasão escolar e um aumento das taxas de analfabetismo para as populações futuras. Muitos dos efeitos mais graves das carências destes três importantes micronutrientes poderiam ser aliviados consideravelmente mediante um fornecimento adequado de alimentos e uma dieta variada que proporcione as vitaminas e os minerais necessários.
Em muitos países os problemas de saúde relacionados com uma alimentação excessiva ou desequilibrada estão aumentando. A obesidade entre crianças e adolescentes está associada com vários problemas de saúde, e sua persistência na vida adulta tem consequências que vão desde um aumento do risco de morte prematura até diversas enfermidades que não são mortais, mas que debilitam o organismo e reduzem a produtividade. Estes novos problemas não afetam somente as populações dos países industrializados; um número cada vez maior de países em desenvolvimento sofre, ao mesmo tempo, problemas de desnutrição e enfermidades crônicas relacionadas com a alimentação. Além disso, a contaminação dos alimentos por micróbios, metais pesados e pesticidas cria obstáculos para a melhoria da nutrição em todos os países do mundo. As doenças transmitidas pelos alimentos são comuns em muitos países e as crianças são suas vítimas frequentes tanto de diarreias, que acabam causando perda de peso e fraqueza, bem como de taxas elevadas de mortalidade infantil.
Sejam leves ou graves, as consequências da desnutrição e da saúde inadequada levam a uma redução dos níveis gerais de bem estar, de qualidade de vida e de desenvolvimento do potencial humano. A desnutrição pode produzir redução de produtividade e perdas econômicas, já que os adultos que sofrem distúrbios nutricionais ou doenças relacionadas com estes fatores não se encontram em condições de trabalhar; perdas no âmbito educativo, devido ao fato das crianças estarem excessivamente debilitadas ou enfermas para assistir às aulas ou aprender como deveriam; custos médicos referentes ao cuidado dos que sofrem doenças relacionadas com a nutrição; e custos para a sociedade, que precisa cuidar dos incapacitados, e às vezes também de suas famílias.
Ao longo do século passado foram registrados progressos consideráveis tanto com relação à quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis no mundo, bem como à melhoria do estado nutricional das populações. Na medida em que o abastecimento de alimentos cresceu no mesmo ritmo que a população, e que os serviços de saúde, educacionais e sociais melhoraram em todo o mundo, o número de pessoas que passam fome e estão desnutridas diminuiu consideravelmente. Entretanto, o acesso a quantidades suficientes de uma variedade de alimentos seguros e de boa qualidade continua sendo um grave problema em muitos países, mesmo naqueles onde o abastecimento nacional é adequado. Em todos os países continuam a existir diferentes formas de fome e desnutrição.
Acabar com a fome pressupõe, como condição prévia, que se produzam alimentos suficientes e que os mesmos estejam disponíveis para todos. No entanto, cultivar alimentos em quantidades adequadas não é suficiente para assegurar a erradicação da fome. É preciso garantir o acesso de toda a população, em todo o momento, a alimentos nutritivos e seguros, em quantidade suficiente para levar uma vida ativa e saudável; em síntese, garantir a segurança alimentar. Uma intensificação dos esforços se faz necessária em todo o mundo para garantir a segurança alimentar e assim acabar com a fome e a desnutrição, junto com suas terríveis consequências, para as gerações atuais e futuras. A contribuição de cada um de nós (através do intercâmbio de informação, da solidariedade e da participação em atividades) é absolutamente necessária para garantir o direito fundamental que todos os seres humanos têm de viver em um mundo livre da fome.
2. Biocombustíveis
Os biocombustíveis são combustíveis de origem biológica. São fabricados a partir de vegetais, tais como, milho, soja, cana-de-açúcar, mamona, canola, babaçu, cânhamo, entre outros. O lixo orgânico também pode ser usado para a fabricação de biocombustível. Os biocombustíveis podem ser usados em veículos (carros, caminhões, tratores) integralmente ou misturados com combustíveis fósseis. Aqui no Brasil, por exemplo, o diesel é misturado com biocombustível. Na gasolina também é adicionado o etanol. A vantagem do uso dos biocombustíveis é a redução significativa da emissão de gases poluentes. Também é vantajoso, pois é uma fonte de energia renovável ao contrário dos combustíveis fósseis (óleo diesel, gasolina querosene, carvão mineral). Por outro lado, a produção de biocombustíveis tem diminuído a produção de alimentos no mundo. Buscando lucros maiores, muitos agricultores preferem produzir milho, soja, canola e cana-de-açúcar para transformar em biocombustível. Os principais biocombustíveis são: etanol (produzido a partir da cana-de-açúcar e milho), biogás (produzido a partir da biomassa), bioetanol, bioéter, biodiesel, entre outros.
O biodiesel é um combustível renovável, pois é produzido a partir de fontes vegetais (soja, mamona, dendê, girassol, entre outros), misturado com etanol (proveniente da cana-de-açúcar) ou metanol (pode ser obtido a partir da biomassa de madeiras). Ou seja, um combustível totalmente limpo, orgânico e renovável. A tecnologia de fabricação do biodiesel está em desenvolvimento avançado no Brasil. A Petrobrás possui esta tecnologia e o combustível orgânico já está sendo utilizado em alguns veículos em nosso país. Acredita-se que, para o futuro, este combustível possa, aos poucos, substituir nos veículos os combustíveis fósseis. Será um grande avanço em busca da diminuição da poluição do ar.
Vantagens do biodiesel:
- A queima do biodiesel gera baixos índices de poluição, não colaborando para o aquecimento global; - Gera emprego e renda no campo, diminuindo o êxodo rural;
- Trata-se de uma fonte de energia renovável, dependendo da plantação de grãos oleaginosos no campo; - Deixa as economias dos países menos dependentes dos produtores de petróleo;
- Produzido em larga escala e com uso de tecnologias, o custo de produção pode ser mais baixo do que os derivados de petróleo. Desvantagens do biodiesel:
- Se o consumo mundial for em larga escala, serão necessárias plantações em grandes áreas agrícolas. Em países que não fiscalizam adequadamente seus recursos florestais, poderemos ter um alto grau de desmatamento de florestas para dar espaço para a plantação de grãos. Ou seja, diminuição das reservas florestais do nosso planeta,
- Com o uso de grãos para a produção do biodiesel, poderemos ter o aumento no preço dos produtos derivados deste tipo de matéria-prima ou que utilizam eles em alguma fase de produção. Exemplos: leite de soja, óleos, carne, rações para animais, ovos entre outros.
O etanol (álcool etílico) é um álcool derivado de cereais e vegetais. No Brasil, utiliza-se a cana-de-açúcar para a produção do etanol, enquanto nos Estados Unidos e México é utilizado o milho. É utilizado na fabricação de bebidas alcoólicas fermentadas (cerveja, aguardente, vinho), produtos de limpeza doméstica e também de combustíveis para automóveis. Apresenta-se na forma de um líquido incolor e sua fórmula química é C2H5OH.
Biogás é um biocombustível, pois é considerado uma fonte de energia renovável. É produzido a partir de uma mistura gasosa de dióxido de carbono com gás metano. A produção do biogás pode ocorrer naturalmente por meio da ação de bactérias em materiais orgânicos (lixo doméstico orgânico, resíduos industriais de origem vegetal, esterco de animal). O biogás também pode ser produzido de forma artificial. Para tanto, utiliza-se um equipamento chamado biodigestor anaeróbico. Este equipamento é uma espécie de reator químico que produz reações químicas de origem biológica. O biogás pode ser usado em substituição à gases de origem mineral como, por exemplo, o GLP (conhecido popularmente como gás de cozinha) e o gás natural. O biogás pode também ser utilizado para a produção de energia elétrica. Para tanto, é necessário a utilização de geradores elétricos específicos.
Leia a notícia abaixo extraída do site: http://www.dw-world.de/
"Os biocombustíveis são apenas parte do problema"
Biocombustíveis não são os únicos responsáveis pelo aumento do preço de alimentos básicos. Para Simone Pott, porta-voz da ONG Ação Agrária Alemã, uma solução para a crise é o incentivo à agricultura nos países pobres.
DW-WORLD: As Nações Unidas solicitaram há algumas semanas a ajuda da comunidade internacional para seu programa mundial de alimentos. Agora são o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional que conclamam a enfrentar com determinação a crise alimentar. Como você vê a atual situação?
Simone Pott: A situação é dramática. Os principais atingidos pelo aumento de preços são os mais pobres entre os pobres. As pessoas que de qualquer modo já dispõem de muito pouco dinheiro e de muito pouco para comer são as que têm de pagar a conta da alta dos gêneros alimentícios básicos.
Que consequências podem-se esperar se não houver reações políticas imediatas?
Muitos governos nos países em desenvolvimento estão sob pressão. Cada vez mais pessoas irão às ruas para chamar a atenção para seus problemas. Somando-se a isso catástrofes climáticas, como inundações ou secas, o problema da fome no mundo vai se agravar e voltaremos a ter novamente em grande escala mortos por desnutrição.
Há quanto tempo você acompanha este problema?
Soa um pouco absurdo, mas estamos advertindo para esta situação há vários anos. Apelamos já há cerca de dez anos para que seja canalizado mais dinheiro para as áreas rurais e que a agricultura destes países receba apoio ativo e incentivo financeiro.
Os biocombustíveis tornaram-se alvo de críticas. Eles são realmente o problema?
Os biocombustíveis são apenas uma parte do problema. Há três razões para a atual crise de produtos alimentícios, e uma delas são realmente os biocombustíveis. O que também influiu foi a melhora das condições de vida nos países emergentes. Na China e na Índia há cada vez mais pessoas com dinheiro suficiente para comer carne, e para a produção da carne são necessárias quantidades cada vez maiores de cereais. Para a produção de um quilo de carne de porco, por exemplo, são necessários três quilos de cereais e, para um quilo de carne bovina, são sete quilos de cereais. E a terceira razão reside no aumento do preço do petróleo, o que encarece o transporte, as máquinas, os fertilizantes... Tudo o que tem a ver com agricultura ficou mais caro.
Então os biocombustíveis tornaram-se bode expiatório?
Talvez não bode expiatório, mas é correto chamar a atenção que, se o Primeiro Mundo quer melhorar seu balanço ecológico, isso não pode implicar que o Terceiro Mundo passe fome. As conseqüências teriam de ter sido levadas em conta antes e talvez teria que se ter repensado a cota de bioetanol no combustível.
Há vários anos, críticos advertem para uma eventual concorrência entre a produção de alimentos e biocombustíveis. Por que isto não foi levado em consideração por ecologistas e políticos?
Creio que a dimensão da crise os surpreendeu. Não podemos esquecer que o aumento dos preços dos combustíveis durante muitos anos não foi previsível. Além disso, durante anos, ignorou-se que as condições de vida nos países emergentes estavam melhorando.
A União Européia deve então desistir de seus planos em relação aos biocombustíveis?
É preciso considerar que efeitos isto terá, e talvez seja necessário mudar a porcentagem de bioetanol no combustível. O que não pode ser é que o meio ambiente no Hemisfério Norte seja protegido à custa do Terceiro Mundo.
Qual o papel das mudanças climáticas?
Seca danificou colheita na China As conseqüências das mudanças climáticas são sentidas em muitos países em desenvolvimento, sejam longos períodos de seca ou inundações incomuns vários anos seguidos. Isto faz com que sejam produzidos menos alimentos.
Também se aponta a especulação nos mercados agrícolas como causadora da crise. Ao que se deve esta especulação?
No mercado mundial, os cereais não são mais do que uma mercadoria como qualquer outra. Os negócios são feitos com a cotação de ações, e quando os preços sobem, como é o caso, os produtos agrícolas viram modo de ganhar dinheiro.
Isso acontece também com os biocombustíveis?
Naturalmente. Se a classe política emite sinais de que vai aumentar a demanda de biocombustíveis, os negócios com produtos agrícolas tornam-se atraentes.
O Banco Mundial pede à comunidade internacional que contribua com 316 milhões de euros para combater a crise. Doações resolverão o problema?
As doações ajudam numa situação de emergência em curto prazo. Em longo prazo, no entanto, é preciso canalizar meios para incentivar a agricultura nas zonas rurais.
Leia também:
Portal do Biodisel
Governo estuda aumentar mistura de biodiesel em 2009 p/ 4%
Futuro dos biocombustíveis ainda é promissor
Como nem todas as pessoas têm um acesso adequado aos alimentos que necessitam, a fome e a desnutrição se tornaram um problema de grande abrangência no mundo. Hoje em dia, mais de 850 milhões de pessoas sofrem por desnutrição crônica e nem podem obter alimentos suficientes para satisfazerem suas necessidades energéticas mínimas. Aproximadamente 200 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem sintomas de desnutrição aguda ou crônica, cifra que aumenta em períodos de escassez de alimentos ou em épocas de epidemia de fome e conflitos sociais. Segundo algumas estimativas, a desnutrição é um fator importante entre os que determinam a cada ano a morte de aproximadamente 13 milhões de crianças com menos de cinco anos por doenças ou infecções evitáveis, como: sarampo, diarréia, malária, pneumonia e combinações das mesmas.
A grande maioria das pessoas subnutridas vive nos países em via de desenvolvimento que contam com 95% (798 milhões) do total dos subnutridos, 34 milhões de pessoas em países em transição e 10 milhões em países industrializados. A nível regional, a Ásia e a área do Pacífico reúnem três quintos (505 milhões) da população subnutrida mundial; somente na Índia vivem 214 milhões de pessoas subnutridas e pelo menos um quarto (198 milhões) vive na África Subsaariana, que é também a região que registra a proporção mais alta de população subnutrida.
A desnutrição é uma das principais causas do nascimento de crianças com peso abaixo do normal bem como de problemas de crescimento. As crianças que nascem com peso abaixo do normal e que sobrevivem têm muitas probabilidades de apresentarem atraso no crescimento e adoecer durante a infância, a adolescência e a vida adulta. Aliás, é provável que as mulheres adultas com atraso no crescimento perpetuem o círculo vicioso da desnutrição dando à luz a crianças com peso baixo. Cada vez ficam mais claros os vínculos causais entre a desnutrição em tenra idade - incluindo o período de crescimento fetal - e a futura aparição de problemas crônicos de saúde como cardiopatias das coronárias, diabetes e hipertensão arterial. Nos países em desenvolvimento nascem, a cada ano, cerca de 30 milhões de crianças com atraso no crescimento causado pela subnutrição na fase intra-uterina.
A desnutrição em termos de carências de vitaminas e sais minerais essenciais continua sendo a causa de doenças graves e de morte para milhões de pessoas em todo o mundo. Mais de 3,5 bilhões de pessoas sofrem de carência de ferro, dois bilhões estão expostas aos riscos de carência de iodo e 200 milhões de crianças em idade pré-escolar têm carência de vitamina A. A carência de ferro pode causar atraso no crescimento, reduzir a resistência às doenças e prejudicar a longo prazo o desenvolvimento mental, motor e das funções reprodutivas; ao mesmo tempo provoca aproximadamente 20 por cento das mortes relacionadas com a gravidez. A carência de iodo pode causar danos cerebrais irreparáveis, retardamento mental, distúrbios nas funções reprodutivas, diminuição da expectativa de vida infantil e bócio, e numa mulher gestante poderá determinar diferentes graus de retardamento mental da criança que vai nascer. A carência de vitamina A pode provocar cegueira ou morte das crianças e contribuir para a redução de seu crescimento físico e sua resistência a infecções, colaborando para o aumento da taxa de mortalidade infantil.
Mesmo manifestações leves destas deficiências podem limitar o desenvolvimento de uma criança e a sua capacidade de aprendizagem em tenra idade, determinando a acumulação de deficiências em seu rendimento escolar. Deficiências como estas levam a níveis mais altos de evasão escolar e um aumento das taxas de analfabetismo para as populações futuras. Muitos dos efeitos mais graves das carências destes três importantes micronutrientes poderiam ser aliviados consideravelmente mediante um fornecimento adequado de alimentos e uma dieta variada que proporcione as vitaminas e os minerais necessários.
Em muitos países os problemas de saúde relacionados com uma alimentação excessiva ou desequilibrada estão aumentando. A obesidade entre crianças e adolescentes está associada com vários problemas de saúde, e sua persistência na vida adulta tem consequências que vão desde um aumento do risco de morte prematura até diversas enfermidades que não são mortais, mas que debilitam o organismo e reduzem a produtividade. Estes novos problemas não afetam somente as populações dos países industrializados; um número cada vez maior de países em desenvolvimento sofre, ao mesmo tempo, problemas de desnutrição e enfermidades crônicas relacionadas com a alimentação. Além disso, a contaminação dos alimentos por micróbios, metais pesados e pesticidas cria obstáculos para a melhoria da nutrição em todos os países do mundo. As doenças transmitidas pelos alimentos são comuns em muitos países e as crianças são suas vítimas frequentes tanto de diarreias, que acabam causando perda de peso e fraqueza, bem como de taxas elevadas de mortalidade infantil.
Sejam leves ou graves, as consequências da desnutrição e da saúde inadequada levam a uma redução dos níveis gerais de bem estar, de qualidade de vida e de desenvolvimento do potencial humano. A desnutrição pode produzir redução de produtividade e perdas econômicas, já que os adultos que sofrem distúrbios nutricionais ou doenças relacionadas com estes fatores não se encontram em condições de trabalhar; perdas no âmbito educativo, devido ao fato das crianças estarem excessivamente debilitadas ou enfermas para assistir às aulas ou aprender como deveriam; custos médicos referentes ao cuidado dos que sofrem doenças relacionadas com a nutrição; e custos para a sociedade, que precisa cuidar dos incapacitados, e às vezes também de suas famílias.
Ao longo do século passado foram registrados progressos consideráveis tanto com relação à quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis no mundo, bem como à melhoria do estado nutricional das populações. Na medida em que o abastecimento de alimentos cresceu no mesmo ritmo que a população, e que os serviços de saúde, educacionais e sociais melhoraram em todo o mundo, o número de pessoas que passam fome e estão desnutridas diminuiu consideravelmente. Entretanto, o acesso a quantidades suficientes de uma variedade de alimentos seguros e de boa qualidade continua sendo um grave problema em muitos países, mesmo naqueles onde o abastecimento nacional é adequado. Em todos os países continuam a existir diferentes formas de fome e desnutrição.
Acabar com a fome pressupõe, como condição prévia, que se produzam alimentos suficientes e que os mesmos estejam disponíveis para todos. No entanto, cultivar alimentos em quantidades adequadas não é suficiente para assegurar a erradicação da fome. É preciso garantir o acesso de toda a população, em todo o momento, a alimentos nutritivos e seguros, em quantidade suficiente para levar uma vida ativa e saudável; em síntese, garantir a segurança alimentar. Uma intensificação dos esforços se faz necessária em todo o mundo para garantir a segurança alimentar e assim acabar com a fome e a desnutrição, junto com suas terríveis consequências, para as gerações atuais e futuras. A contribuição de cada um de nós (através do intercâmbio de informação, da solidariedade e da participação em atividades) é absolutamente necessária para garantir o direito fundamental que todos os seres humanos têm de viver em um mundo livre da fome.
2. Biocombustíveis
Os biocombustíveis são combustíveis de origem biológica. São fabricados a partir de vegetais, tais como, milho, soja, cana-de-açúcar, mamona, canola, babaçu, cânhamo, entre outros. O lixo orgânico também pode ser usado para a fabricação de biocombustível. Os biocombustíveis podem ser usados em veículos (carros, caminhões, tratores) integralmente ou misturados com combustíveis fósseis. Aqui no Brasil, por exemplo, o diesel é misturado com biocombustível. Na gasolina também é adicionado o etanol. A vantagem do uso dos biocombustíveis é a redução significativa da emissão de gases poluentes. Também é vantajoso, pois é uma fonte de energia renovável ao contrário dos combustíveis fósseis (óleo diesel, gasolina querosene, carvão mineral). Por outro lado, a produção de biocombustíveis tem diminuído a produção de alimentos no mundo. Buscando lucros maiores, muitos agricultores preferem produzir milho, soja, canola e cana-de-açúcar para transformar em biocombustível. Os principais biocombustíveis são: etanol (produzido a partir da cana-de-açúcar e milho), biogás (produzido a partir da biomassa), bioetanol, bioéter, biodiesel, entre outros.
O biodiesel é um combustível renovável, pois é produzido a partir de fontes vegetais (soja, mamona, dendê, girassol, entre outros), misturado com etanol (proveniente da cana-de-açúcar) ou metanol (pode ser obtido a partir da biomassa de madeiras). Ou seja, um combustível totalmente limpo, orgânico e renovável. A tecnologia de fabricação do biodiesel está em desenvolvimento avançado no Brasil. A Petrobrás possui esta tecnologia e o combustível orgânico já está sendo utilizado em alguns veículos em nosso país. Acredita-se que, para o futuro, este combustível possa, aos poucos, substituir nos veículos os combustíveis fósseis. Será um grande avanço em busca da diminuição da poluição do ar.
Vantagens do biodiesel:
- A queima do biodiesel gera baixos índices de poluição, não colaborando para o aquecimento global; - Gera emprego e renda no campo, diminuindo o êxodo rural;
- Trata-se de uma fonte de energia renovável, dependendo da plantação de grãos oleaginosos no campo; - Deixa as economias dos países menos dependentes dos produtores de petróleo;
- Produzido em larga escala e com uso de tecnologias, o custo de produção pode ser mais baixo do que os derivados de petróleo. Desvantagens do biodiesel:
- Se o consumo mundial for em larga escala, serão necessárias plantações em grandes áreas agrícolas. Em países que não fiscalizam adequadamente seus recursos florestais, poderemos ter um alto grau de desmatamento de florestas para dar espaço para a plantação de grãos. Ou seja, diminuição das reservas florestais do nosso planeta,
- Com o uso de grãos para a produção do biodiesel, poderemos ter o aumento no preço dos produtos derivados deste tipo de matéria-prima ou que utilizam eles em alguma fase de produção. Exemplos: leite de soja, óleos, carne, rações para animais, ovos entre outros.
O etanol (álcool etílico) é um álcool derivado de cereais e vegetais. No Brasil, utiliza-se a cana-de-açúcar para a produção do etanol, enquanto nos Estados Unidos e México é utilizado o milho. É utilizado na fabricação de bebidas alcoólicas fermentadas (cerveja, aguardente, vinho), produtos de limpeza doméstica e também de combustíveis para automóveis. Apresenta-se na forma de um líquido incolor e sua fórmula química é C2H5OH.
Biogás é um biocombustível, pois é considerado uma fonte de energia renovável. É produzido a partir de uma mistura gasosa de dióxido de carbono com gás metano. A produção do biogás pode ocorrer naturalmente por meio da ação de bactérias em materiais orgânicos (lixo doméstico orgânico, resíduos industriais de origem vegetal, esterco de animal). O biogás também pode ser produzido de forma artificial. Para tanto, utiliza-se um equipamento chamado biodigestor anaeróbico. Este equipamento é uma espécie de reator químico que produz reações químicas de origem biológica. O biogás pode ser usado em substituição à gases de origem mineral como, por exemplo, o GLP (conhecido popularmente como gás de cozinha) e o gás natural. O biogás pode também ser utilizado para a produção de energia elétrica. Para tanto, é necessário a utilização de geradores elétricos específicos.
Leia a notícia abaixo extraída do site: http://www.dw-world.de/
15/04/2008
"Os biocombustíveis são apenas parte do problema"
Biocombustíveis não são os únicos responsáveis pelo aumento do preço de alimentos básicos. Para Simone Pott, porta-voz da ONG Ação Agrária Alemã, uma solução para a crise é o incentivo à agricultura nos países pobres.
DW-WORLD: As Nações Unidas solicitaram há algumas semanas a ajuda da comunidade internacional para seu programa mundial de alimentos. Agora são o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional que conclamam a enfrentar com determinação a crise alimentar. Como você vê a atual situação?
Simone Pott: A situação é dramática. Os principais atingidos pelo aumento de preços são os mais pobres entre os pobres. As pessoas que de qualquer modo já dispõem de muito pouco dinheiro e de muito pouco para comer são as que têm de pagar a conta da alta dos gêneros alimentícios básicos.
Que consequências podem-se esperar se não houver reações políticas imediatas?
Muitos governos nos países em desenvolvimento estão sob pressão. Cada vez mais pessoas irão às ruas para chamar a atenção para seus problemas. Somando-se a isso catástrofes climáticas, como inundações ou secas, o problema da fome no mundo vai se agravar e voltaremos a ter novamente em grande escala mortos por desnutrição.
Há quanto tempo você acompanha este problema?
Soa um pouco absurdo, mas estamos advertindo para esta situação há vários anos. Apelamos já há cerca de dez anos para que seja canalizado mais dinheiro para as áreas rurais e que a agricultura destes países receba apoio ativo e incentivo financeiro.
Os biocombustíveis tornaram-se alvo de críticas. Eles são realmente o problema?
Os biocombustíveis são apenas uma parte do problema. Há três razões para a atual crise de produtos alimentícios, e uma delas são realmente os biocombustíveis. O que também influiu foi a melhora das condições de vida nos países emergentes. Na China e na Índia há cada vez mais pessoas com dinheiro suficiente para comer carne, e para a produção da carne são necessárias quantidades cada vez maiores de cereais. Para a produção de um quilo de carne de porco, por exemplo, são necessários três quilos de cereais e, para um quilo de carne bovina, são sete quilos de cereais. E a terceira razão reside no aumento do preço do petróleo, o que encarece o transporte, as máquinas, os fertilizantes... Tudo o que tem a ver com agricultura ficou mais caro.
Então os biocombustíveis tornaram-se bode expiatório?
Talvez não bode expiatório, mas é correto chamar a atenção que, se o Primeiro Mundo quer melhorar seu balanço ecológico, isso não pode implicar que o Terceiro Mundo passe fome. As conseqüências teriam de ter sido levadas em conta antes e talvez teria que se ter repensado a cota de bioetanol no combustível.
Há vários anos, críticos advertem para uma eventual concorrência entre a produção de alimentos e biocombustíveis. Por que isto não foi levado em consideração por ecologistas e políticos?
Creio que a dimensão da crise os surpreendeu. Não podemos esquecer que o aumento dos preços dos combustíveis durante muitos anos não foi previsível. Além disso, durante anos, ignorou-se que as condições de vida nos países emergentes estavam melhorando.
A União Européia deve então desistir de seus planos em relação aos biocombustíveis?
É preciso considerar que efeitos isto terá, e talvez seja necessário mudar a porcentagem de bioetanol no combustível. O que não pode ser é que o meio ambiente no Hemisfério Norte seja protegido à custa do Terceiro Mundo.
Qual o papel das mudanças climáticas?
Seca danificou colheita na China As conseqüências das mudanças climáticas são sentidas em muitos países em desenvolvimento, sejam longos períodos de seca ou inundações incomuns vários anos seguidos. Isto faz com que sejam produzidos menos alimentos.
Também se aponta a especulação nos mercados agrícolas como causadora da crise. Ao que se deve esta especulação?
No mercado mundial, os cereais não são mais do que uma mercadoria como qualquer outra. Os negócios são feitos com a cotação de ações, e quando os preços sobem, como é o caso, os produtos agrícolas viram modo de ganhar dinheiro.
Isso acontece também com os biocombustíveis?
Naturalmente. Se a classe política emite sinais de que vai aumentar a demanda de biocombustíveis, os negócios com produtos agrícolas tornam-se atraentes.
O Banco Mundial pede à comunidade internacional que contribua com 316 milhões de euros para combater a crise. Doações resolverão o problema?
As doações ajudam numa situação de emergência em curto prazo. Em longo prazo, no entanto, é preciso canalizar meios para incentivar a agricultura nas zonas rurais.
Leia também:
Portal do Biodisel
Governo estuda aumentar mistura de biodiesel em 2009 p/ 4%
Futuro dos biocombustíveis ainda é promissor
Fontes: sites de pesquisa
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Roberto Santos
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