Pesquisa da UFPE avança na busca por vacina contra Aids
Fonte: 360 graus
Pesquisadores anunciaram que encontraram uma nova forma de identificar pacientes mais sensíveis ao medicamento
Professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que estão pesquisando uma vacina para diminuir os efeitos da Aids nos portadores da doença, anunciaram nesta segunda-feira (28) uma descoberta importante para tentar vencer a briga contra a doença. Os pesquisadores Luiz Cláudio Arraes e Sérgio Crovella, do Departamento de Genética da UFPE e do Laboratório de Imunopatologia Keiso Asami (Lika), encontraram uma nova forma de identificar os pacientes mais sensíveis a esse tipo de vacina.
Mas antes de chegar ao mercado, o medicamento vai passar ainda por mais duas fases de estudo até ser enviado para aprovação do Ministério da Saúde.
O estudo envolveu 18 pacientes portadores do vírus HIV. Eles foram submetidos à doses da vacina que está sendo desenvolvida pelos pesquisadores da UFPE. Oito apresentaram uma boa resposta ao tratamento e suspenderam o uso de remédios para controlar a reprodução do vírus.
Nos outros dez, o resultado não foi o mesmo e eles tiveram que retomar a medicação tradicional. Segundo os pesquisadores, um defeito genético nas células que atuam no sistema de imunidade do organismo, fez com que os pacientes reagissem mal à vacina.
Diante disso, os coordenadores da pesquisa criaram uma tecnologia para identificar com mais segurança essas variações genéticas e dar continuidade aos trabalhos, uma descoberta pioneira no estudo de imunovacinas terapêuticas.
“Essa descoberta vai ajudar para escolher de uma forma melhor os pacientes que vão ser vacinados. O que significa escolher de uma forma melhor os pacientes potencialmente bons respondedores pela vacina pelos primeiros estudos na próxima fase dois. Apesar de identificar marcadores de boa resposta a vacina, esses dois genes que identificamos ajudarão também a melhorar a qualidade da vacina”, explicou o professor e pesquisador da UFPE Sérgio Crovella.
A pesquisa começou a ser desenvolvida em 2001. Dois anos depois teve início a fase de testes em pacientes. A próxima etapa, prevista para o primeiro semestre de 2010, vai abranger um número bem maior de pessoas. A expectativa é testar a vacina em 100 portadores do vírus HIV.
“Nós vamos perseguir em outros fatores na procura de mais estudos para envolver mais voluntários, um número de voluntários maior. Isso depende de recursos, vamos ter duas bases de testes, em São Paulo e no Recife”, destacou o professor e pesquisador Luiz Cláudio Arraes.
A segunda fase da pesquisa deve se estender por mais dois anos. Ainda não existe uma previsão de quando a vacina chegará ao mercado.
Euforia com País turbina a bolsa e dá força ao real
Fonte: Estadão
A euforia com o Brasil e o enfraquecimento global do dólar fizeram o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) atingir ontem o maior nível em 15 meses, com 63.759 pontos. O principal termômetro da bolsa brasileira acumula valorização de quase 70% em 2009. A moeda americana caiu 0,97% e encerrou a quinta-feira valendo R$ 1,739, menor cotação do ano.
"Foi mais um dia em que o real surfou na onda positiva do mercado internacional", disse o operador para mercados emergentes da corretora Icap Brasil, Felipe Brandão. Segundo ele, o mercado assistiu a um fluxo "ligeiramente positivo" e continua reagindo à expectativa de novas entradas. "Há a perspectiva de que entre um volume bem razoável de recursos até o fim do ano", destacou.
O ex-ministro das Comunicações e estrategista da Quest Investimentos, Luiz Carlos Mendonça de Barros, observou que, se for mantido o atual ritmo de ingresso de capitais no País nos próximos trimestres, será inevitável que o real continue se valorizando com vigor. Para ele, o dólar pode chegar à cotação média de R$ 1,60 em 2010. Ele estima que o dólar atingirá o piso de R$ 1,50 em alguns momentos.
Na avaliação de Mendonça de Barros, a força do dólar como moeda de reserva global está "absolutamente abalada". "A atual crise mundial apenas catalisou um processo de reconhecimento internacional que o dólar não tem mais credibilidade para ser a moeda do mundo."
Em movimento que reforça o que disse o ex-ministro, diversos bancos centrais asiáticos intervieram ontem no mercado de câmbio para evitar uma valorização ainda mais forte de suas moedas (ler mais na pág. B10).
A Bovespa avançou ainda mais graças a uma combinação de notícias positivas no exterior, que elevou a procura por risco e fez as commodities e as bolsas globais fecharem em alta. A mineradora Alcoa, por exemplo, inaugurou a temporada de balanços nos EUA anunciando um lucro inesperado no terceiro trimestre de US$ 77 milhões, pondo fim ao ciclo de perdas que durou três trimestres.
O mercado também recebeu bem a notícia de que a taxa de desemprego na Austrália caiu em setembro para 5,7%. O dado ratificou a decisão do banco central australiano de elevar a taxa de juros, na primeira iniciativa de aperto monetário de um país desenvolvido depois da crise.
Para completar, o mercado de trabalho dos EUA teve na semana passada um número de pedidos de auxílio desemprego menor do que o previsto por analistas. As ações da Vale subiram 1,61% e as da Petrobrás, 2,28%.
Voz das minorias
Fonte: Estadão
Ao retratar o desamparo de forma poética e com objetividade, a alemã nascida na Romênia Herta Müller tornou-se a nova vencedora do Nobel de literatura
Narradora do desamparo e voz das minorias alemãs que vivem nos países da Europa central - tais qualidades garantiram à escritora alemã nascida na Romênia Herta Müller o prêmio Nobel de literatura, divulgado ontem pela manhã, em Estocolmo, na Suécia. "Sua obra desenha as paisagens dos desamparados com a concentração da poesia e a objetividade da prosa", justificou a Real Academia de Ciências, que tentou inutilmente manter o sigilo da escolha - Herta escalou posições de forma vertiginosa na bolsa de apostas britânica Ladbrokes nos últimos dias, até ficar em segundo lugar, atrás do israelense Amós Oz.
No ano passado, a mesma casa fechou as previsões para o Nobel de literatura horas antes do anúncio da decisão, graças a um aumento espetacular nas apostas pelo francês Jean-Marie Le Clézio, que saiu vencedor. As especulações sobre vazamento de informações aumentaram com o fato de novamente a editora de cultura do jornal sueco Dagens Nyheter, Maria Schottenius, acertar sua previsão sobre o ganhador, lançada há dias - no ano passado, ela cravou Le Clézio. Questionada, ela respondeu, rindo, que foi "bruxaria", negando o privilégio da notícia.
Surpresa mesmo estava Herta Müller, segundo informaram representantes de sua editora, Carl Hanser Verlag. "Estou feliz e nem consigo acreditar", afirmou ela, por meio de um comunicado. Aos 56 anos, Herta é a 12ª mulher a receber o Nobel de literatura (e 13º autor de língua alemã). A cerimônia de entrega acontece no dia 10 de dezembro, na Suécia, onde lhe será entregue o prêmio de US$ 1,4 milhão.
Com apenas uma obra publicada em português, O Compromisso, editada pela Globo em 2004 (veja abaixo), Herta vive em Berlim desde 1987, quando fugiu devido aos excessos do regime comunista da Romênia, que exigia sua participação no serviço secreto além de impedi-la de publicar seus livros. Ela nasceu na cidade de Nytzkydorf em 1953, em uma família alemã, minoria no país. Como muitos alemães que viviam na Romênia, sua mãe foi deportada para a antiga União Soviética, onde passou cinco anos em um campo de trabalho na Ucrânia.
A experiência inspirou o mais recente livro de Herta, Atemschaukel, uma tentativa de revelar os motivos do silêncio de sua mãe e de outros romenos-alemães de sua geração, que não se atreviam a falar sobre o tempo que passaram na antiga URSS.
Estabelecer uma ponte entre essas duas culturas é o que move a literatura de Herta Müller que, ainda jovem, estudou filologia germânica e romena, na Universidade de Timisoara, onde teve seu primeiro contato com jovens escritores que falavam alemão, opostos ao regime de Nicolae Ceausescu.
Aos poucos, alimentou sentimentos de revolta que inspiraram seus livros iniciais. Niederungen, o primeiro, esperou quatro anos até ser publicado, em 1982 , sob censura. O livro, assim como em Drückender Tango, retrata a vida em um pequeno povoado onde se fala alemão e mostra a corrupção, a intolerância e a opressão que encontra. Uma cópia da história original, sem os cortes promovidos pelo governo, chegou na Alemanha dois anos depois, onde foi assim publicada.
As críticas publicadas pela imprensa romena contrastaram com os elogios divulgados pela alemã - Niederungen, aliás, recebeu o Prêmio Aspekte de melhor estreia em língua alemã do ano, em 1984.
Sentindo a pressão aumentar, Herta mudou-se para a Alemanha ao lado do marido, Richard Wagner. Lá, sentiu-se livre para retratar de forma detalhada a vida cotidiana em uma ditadura estagnada em obras como Der Fuchs War Damals Schon der Jäger.
Aos poucos, tornou-se conhecida pela militância literária em histórias como A Terra das Ameixas Verdes (veja trecho abaixo), que dedica aos amigos romenos assassinados pelas forças do ditador Ceausescu; e O Compromisso, que acompanha a trajetória de uma mulher que costura bilhetes com dizeres amorosos ("Case comigo") nos trajes de homens que viajam para a Itália.
Tão logo a conquista de Herta Müller foi divulgada, começou a comemoração. "É inspirador que agora, quando se comemoram os 20 anos da queda do Muro de Berlim, seja premiada uma obra marcada pela resistência contra a opressão e o totalitarismo", disse a primeira-ministra alemã Angela Merkel.
OS PREMIADOS
2009 - Herta Müller
(Alemanha)
2008 - Jean-Marie
Gustave Le Clézio (França)
2007 - Doris Lessing
(Inglaterra)
2006 - Orhan Pamuk
(Turquia)
2005 - Harold Pinter
(Inglaterra)
2004 - Elfriede Jelinek
(Áustria)
2003 - J. M. Coetzee
(África do Sul)
2002 - Imre Kertész
(Hungria)
2001 - V. S. Naipaul
(Inglaterra)
2000 - Gao Xingjian (China)
1999 - Günter Grass
(Alemanha)
1998 - José Saramago
(Portugal)
1997 - Dario Fo (Itália)
1996 - Wislawa
Szymborska (Polônia)
2009 - Herta Müller
(Alemanha)
2008 - Jean-Marie
Gustave Le Clézio (França)
2007 - Doris Lessing
(Inglaterra)
2006 - Orhan Pamuk
(Turquia)
2005 - Harold Pinter
(Inglaterra)
2004 - Elfriede Jelinek
(Áustria)
2003 - J. M. Coetzee
(África do Sul)
2002 - Imre Kertész
(Hungria)
2001 - V. S. Naipaul
(Inglaterra)
2000 - Gao Xingjian (China)
1999 - Günter Grass
(Alemanha)
1998 - José Saramago
(Portugal)
1997 - Dario Fo (Itália)
1996 - Wislawa
Szymborska (Polônia)
Muito grato pela visita, bons estudos e boa sorte!
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