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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Bin Laden e Guerra do Afeganistão podem cair no vestibular

 
Com a morte de Osama Bin Laden, a Guerra do Afeganistão voltou ao centro das atenções e as chances do assunto ser cobrado nas provas de História, Geografia e Atualidades do vestibular é grande. Há como aprender um pouco sobre a guerra com filmes. Confira abaixo dois documentários e uma história em quadrinhos que ajudam a deixar claro a história da guerra e as pessoas envolvidas:
 
# Filmes
 
"Restrepo" - Estados Unidos, 2010 - Direção: Tim Hetherington
 
Por um ano câmeras acompanharam a rotina de soldados no posto Restrepo, localizado no Vale Korengal, um dos mais perigosos durante a Guerra do Afeganistão. O documentário registra como o pelotão se instalou na região e com ele é possível refletir sobre as razões do conflito, visto que muitos dos soldados não entendiam o que foram fazer lá.
 
Tim Hetherington era fotógrafo e foi morto em abril deste ano enquanto cobria os conflitos que ocorrem na Líbia.
 
"11/9" - Estados Unidos, 2002 - Direção: Jules Naudet e Gédéon Naudet
 
A história desse documentário é interessante. Os cineastas estavam acompanhando o cotidiano dos bombeiros para uma reportagem e filmaram o momento do primeiro avião colidindo com o World Trade Center.
 
Eles registraram tudo o que aconteceu no fatídico 11 de Setembro, desde o desespero de quem tentava sair do prédio, bem como o esforço que os bombeiros realizaram para resgatar os feridos.
 
# Quadrinhos
 
"O Fotógrafo (volumes 1 e 2)" - De Didier Lefèvre, Emmanuel Guibert e Frédéric Lemercier
 
Durante 1986 o fotógrafo Didier Lefèvre foi ao Afeganistão quando o país estava sob invasão da União Soviética para retratar o trabalho feito pelos Médicos Sem Fronteira na região.
 
O fotógrafo se uniu aos cartunistas Emmanuel Guibert e Frédéric Lemercier para montar uma reportagem em quadrinhos e fotos para contar os detalhes sobre o cotidiano dos médicos durante o período.
 
O livro facilita o entendimento da região desde 1980 quando teve apoio dos EUA para expulsar os soviéticos de seu território. Osama Bin Laden participou dessa luta para libertar o povo afegão da invasão.



Bin Laden é morto uma década após o 11 de setembro

Por Ana Paula Verly

O líder da rede terrorista Al-Qaeda e mentor dos atentados de 11 de Setembro, Osama Bin Laden, foi morto neste domingo, 1º de maio, no Paquistão, com um tiro na cabeça. O terrorista mais procurado do mundo foi atingido durante uma operação de 40 minutos comandada pela Casa Branca. Militares norte-americanos mantiveram o corpo de Bin Laden sob custódia e o levaram para o Afeganistão, onde teria sido lançado ao mar, de acordo com agências de notícias internacionais.

Ainda segundo a imprensa estrangeira, o funeral seguiu o preceito muçulmano de enterrar o corpo no mesmo dia da morte. Na versão norte-americana para o sepultamento no mar, as autoridades justificaram que seria difícil encontrar um país que aceitasse o corpo do líder extremista.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte de Bin Laden às 23h35 (0h35 no horário de Brasília) de domingo. Além de usar técnicas de reconhecimento facial para identificar o terrorista, o governo norte-americano realiza testes de DNA com seus restos mortais e deve divulgar os resultados nos próximos dias.

“Podemos dizer que a justiça foi feita. Os Estados Unidos não esqueceram seus mortos. Foi um trabalho muito duro, muitas famílias tiveram que pagar um preço alto, mas esta noite elas viram o resultado”, declarou Obama, afirmando ainda que a sua guerra é contra o terror, e não contra o Islamismo.

Osama estava em um complexo residencial na localidade de Abbottabad, próximo à cidade de Islamabad, quando foi morto. Informações sobre o paradeiro do terrorista começaram a ser coletadas pelos serviços de inteligência no início de agosto do ano passado, depois de dois anos monitorando um mensageiro do terrorista, entregue por presos de Guantánamo, em Cuba.


Fortaleza

Um oficial do governo americano contou ter ficado “chocado” ao ver o complexo onde o mensageiro - um protegido de Khalid Shaikh Mohammed, o mentor confesso dos ataques de 11 de setembro - e seu irmão moravam. Localizado em uma grande área isolada, o complexo é cerca de oito vezes maior do que as outras casas da região. O tamanho da residência levantou a suspeita de que seria "sob medida para esconder alguém de extrema importância".

Depois de analisarem fotos de satélite e relatos do serviço de inteligência, agentes da CIA deliberaram, em setembro, sobre a "forte possibilidade" de Bin Laden estar no local. Obama se reuniu cinco vezes com o Conselho de Segurança Nacional desde março. Na última reunião, em 28 de abril, deu a ordem para a missão. Para executá-la, deslocou um pequeno contingente da equipe de elite da Marinha, o Seal Team Six, supervisionada pelo diretor da CIA, Leon Panetta, que acompanhou a operação em tempo real, na Virgínia.

Houve troca de tiros, mas nenhum militar americano ficou ferido. Bin Laden foi morto nos cinco ou dez minutos finais do confronto. Ele e a família estavam no segundo e terceiro andares do prédio. Quatro pessoas morreram, entre eles um filho do terrorista e uma mulher feita de escudo humano. Duas mulheres e quatro filhos de Bin Laden foram capturados.


DNA para identificar Bin Laden

Quatro helicópteros teriam sido usados, mas um deles apresentou falha mecânica e foi destruído pelas forças americanas. Aviões de apoio, incluindo jatos para bombardear opositores, também foram destacados, assim como helicópteros de busca e salvamento, que não chegaram a entrar no espaço aéreo paquistanês. Os militares que participaram da ação foram orientados a manter sigilo.

O vice-almirante Ed Winters, responsável pela unidade de elite, declarou que a luta não acabou e que partilhar muitos detalhes pode comprometer a próxima operação. Não há detalhes sobre o ataque. Oficiais resumem que Bin Laden resistiu e foi morto com um tiro no rosto. Exames de DNA realizados no corpo de Bin Laden mostraram praticamente 100% de ligação dele com seus familiares. As autoridades, porém, não informaram onde ou como foram feitos os testes.

As forças especiais dos Estados Unidos que localizaram Osama Bin Laden estavam designadas a matar o líder da Al-Qaeda, e não capturá-lo. Apenas alguns oficiais americanos tinham conhecimento do plano, ao contrário de ações anteriores de combate ao terrorismo, quando os Estados Unidos compartilharam as ações com aliados, como Reino Unido, Canadá e Austrália, por exemplo.

Operações no Paquistão também costumam ter a colaboração da inteligência do país, o que não aconteceu desta vez. A secretária de Estado Hillary Clinton informou que o Paquistão cooperou com a operação, mas se recusou a responder sobre o possível pagamento de recompensa por informações sobre Bin Laden.

Segundo Obama, os Estados Unidos não estão em guerra contra o Islã, pois Bin Laden não era um líder religioso muçulmano, mas "um assassino em massa”. Uma multidão se reuniu em frente à Casa Branca antes mesmo do anúncio presidencial. Além dos ataques que derrubaram as Torres Gêmeas, em Nova York, o Pentágono, em Washington, e um avião na Pensilvânia, que causaram a morte de quase três mil pessoas, Bin Laden era acusado de comandar dezenas de outros atos terroristas, como as explosões em duas embaixadas norte-americanas na África, em 1998.


Uma história de terror
Osama bin Laden, morto aos 54 anos, também respondia pelos seguintes nomes: Usama Bin Muhammad Bin Ladin, Shaykh Usama Bin Ladin, The Prince ("O Príncipe"), The Emir ("O Emir"), Abu Abdallah, Mujahid Shaykh, Hajj e The Director ("O Diretor"). Osama era filho único da décima esposa, Hamida al-Attas, de Muhammed bin Laden, um imigrante iemenita pobre que se tornou o homem mais rico e poderoso da Arábia Saudita, depois do próprio rei. Seus pais se divorciaram logo depois que ele nasceu.

Em 1973 entrou em contato com grupos islamitas. Com a invasão soviética ao Afeganistão em 1979, participou do esforço jihadista para financiar e organizar grupos de árabes e acampamentos de milícias armadas no combate aos invasores. Em entrevista ao documentário “Fahrenheit 9/11”, de Michael Moore, o príncipe Bandar Bin Sultan, embaixador saudita nos EUA na época, afirmou ter conhecido Osama Bin Laden na década de 80, durante o conflito, quando o líder guerrilheiro veio lhe agradecer por toda a ajuda que a Arábia e os EUA estavam dando contra os soviéticos.

Em seguida se estabeleceu como investidor no Sudão, onde também iniciou a organização que mais tarde viria a se denominar Al Qaeda ("A Base"), originalmente destinada a combater a família real saudita. Bin Laden era contra os modos ocidentalizados, perdulários, corruptos e "pouco islâmicos" da família real. Seu objetivo era afastá-la do poder e implantar o novo califado islâmico no país. A família real, no entanto, tinha grande consideração com a família de Bin Laden. Em contato com outros grupos islâmicos, principalmente os de origem egípcia, foi influenciado ao combate ao xiitas, judeus e ocidentais. Nesta época também passou a adotar o terrorismo, financiando, de forma inicialmente discreta, ações na Argélia e no Egito.

Em 1995, depois de um atentado mal sucedido contra o então presidente do Egito, Hosni Mubarak, o governo do Sudão, sob pressão árabe, expulsou-o do país e se apropriou de seu patrimônio, como empresas e fazendas. Falido, Bin Laden foi para o Afeganistão com as esposas e um grupo reduzido de seguidores. Ao chegar, foi renegado pela família e perdeu a cidadania saudita.


O início dos ataques
Passou então a se dedicar à causa islâmica, reconstruindo a organização com grupos islâmicos refugiados no país – entre eles o "Al Jihad", liderado por Ayman al-Zawahri, que viria a se tornar seu braço-direito. Na caça aos "infiéis", elegeu os Estados Unidos como o grande inimigo e se aproximou dos Talibãs, grupo ironicamente financiado pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita.

Do Afeganistão planejou e coordenou ataques de grande repercussão às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998, e ao navio da marinha americana USS Cole, em 2000. Como consequência, tornou-se o terrorista mais procurado do mundo. No ano seguinte, foi acusado pelo governo norte-americano de comandar os atentados de 11 de Setembro, quando aviões sequestrados pela Al Qaeda foram lançados contra as torres gêmeas e o Pentágono.

O governo do Afeganistão solicitou provas ao governo americano sobre a participação de Bin Laden. Caso fosse provada, iria detê-lo e entregá-lo às autoridades. O governo dos Estados Unidos nunca apresentou tais provas. Após os ataques, o Afeganistão se tornou o primeiro alvo da "cruzada contra o terror", conduzida pelo governo de George W. Bush. Uma semana antes das eleições americanas de 2 de novembro de 2004, Bin Laden apareceu em um vídeo comemorando os ataques, sem, no entanto, assumi-los. Em resposta, o governo americano declara guerra contra a Al-Quaeda.

Com base em informações não confirmadas do serviço secreto francês, o jornal francês L'Est Republicain de 23 de setembro de 2006 chegou a afirmar que Bin Laden teria morrido de tifo em agosto daquele ano. Em 8 de setembro de 2007, no entanto, um novo vídeo de Bin Laden, com a barba tingida, foi divulgado. O governo dos Estados Unidos oferecia a recompensa de US$ 25 milhões a quem tivesse informações sobre o terrorista. Em 13 de julho de 2007, a recompensa passou para US$ 50 milhões.

Diversos vídeos atribuídos a Bin Laden foram apresentados aos americanos. Muitas pessoas não acreditam que seja realmente ele. Em 29 de outubro de 2004, ele acusa o presidente George W. Bush de negligência no dia dos atentados de 11 de Setembro de 2001 e ameaça os Estados Unidos com mais atentados, em uma fita de vídeo difundida pela televisão Al-Jazeera.

Fonte: Conexão Aluno
 
 
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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Atualidades

Obama na América Latina

Visita reaquece relação com o Brasil

Depois de mais de dois anos eleito, o presidente norte-americano Barack Obama fez nesta semana a sua primeira viagem oficial à América Latina, onde passou por Brasil, Chile e El Salvador. A visita teve como objetivo uma reaproximação com os governos da região, depois de um período de distanciamento.
Os Estados Unidos são a maior potência econômica do planeta desde meados do século 20. A partir dos anos 1960, durante a Guerra Fria, o governo americano apoiou ditaduras militares na América Latina. A intenção era deter o avanço do comunismo, depois da Revolução em Cuba (1959).

A volta da democracia em países como Brasil, Chile e
Argentina inaugurou um período de relações pautadas mais pelo comércio do que por ideologias. Após o 11 de Setembro, contudo, o foco de atenções dos americanos passou a ser o mundo mulçumano. Ao mesmo tempo, o avanço da "revolução bolivariana" do presidente venezuelano Hugo Chávez reacendeu antigas rixas com Washington.

O Brasil também bateu de frente com os Estados Unidos durante o governo de
Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011). O propósito do governo brasileiro era marcar uma posição independente e firmar-se como liderança política na América do Sul.

Duas ocasiões merecem destaque nessa fase. Primeiro, quando o Brasil tentou mediar a crise que sucedeu ao golpe que depôs o presidente hondurenho Manuel Zelaya, em 2009. E depois, quando o país não acatou as sanções contra as ao Irã por conta do programa nuclear.

Obama chegou à Casa Branca em 20 de janeiro de 2010 como o primeiro presidente negro da história americana e uma aprovação recorde. Ele tinha duas prioridades: recuperar o país da maior crise financeira desde
o crack na Bolsa de 1929 e encerrar duas guerras, uma no Iraque e outra no Afeganistão.

No campo diplomático, inaugurou uma nova política de relacionamento com a Europa, a Ásia e o Oriente Médio que visava substituir o unilateralismo do governo anterior, de
George W. Bush. Por isso, a ida à América Latina ficou para a segunda metade do mandato.

A visita de Obama começou pelo Brasil, em 19 de março. Ele veio acompanhado da primeira dama, Michelle, e das duas filhas do casal. O presidente norte-americano teve reuniões em Brasília e visitou o Corcovado e a favela Cidade de Deus no Rio de Janeiro, onde também discursou no Teatro Municipal.

O interesse dos Estados Unidos era reforçar a parceria comercial entre os dois países, sobretudo na área de energia (petróleo e bicombustível). Foram assinados dez acordos bilaterais, comerciais e em outras áreas, mas nenhum de grande destaque.

O Brasil adquiriu visibilidade no cenário internacional nos últimos oito anos por conta da estabilidade política e econômica e, mais recentemente, pela descoberta de petróleo na camada pré-sal e a escolha para a realização da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Desde o ao passado, a China assumiu o lugar dos Estados Unidos como maior parceira comercial do Brasil. Apesar disso, o país tem com os americanos o maior déficit comercial, de US$ 8 bilhões.
 

Irã

Na esfera política, o governo brasileiro esperava que Obama se comprometesse em apoiar a indicação do Brasil para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. No ano passado, Obama endossou a entrada da Índia, outro país emergente. Ao final da vista, porém, ele foi comedido e manifestou apenas "apreço" à ambição brasileira.

O Conselho de Segurança da ONU foi criado para mediar conflitos mundiais, como a recente crise na Líbia. Os membros permanentes são
China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. A entrada de novos países depende de uma reforma no estatuto.

Atualmente, o Brasil ocupa uma vaga rotativa no conselho. Para o governo, a participação no órgão iria consolidar a importância do país na geopolítica mundial. Segundo especialistas, a divergência entre Brasil e Estados Unidos a respeito do
Irã foi o maior empecilho para o apoio do presidente Obama.

O Brasil defende o programa nuclear iraniano para fins pacíficos e tentou intervir, sem sucesso, para uma solução pacífica. Como a presidente
Dilma Rousseff manteve a mesma postura a respeito do Irã, o obstáculo permanece.

No Chile, Obama fez seu principal discurso sobre as relações entre os Estados Unidos e a América Latina, mas frustrou quem esperava o anúncio de medidas mais concretas. Ele encerrou a visita de cinco dias em El Salvador, onde falou sobre narcotráfico e imigração.

A viagem de Obama ficou apagada na imprensa internacional por conta dos ataques das forças de coalizão à Líbia, que coincidiram com a chegada do democrata ao Brasil, e do
terremoto no Japão. Devido à guerra civil na Líbia, Obama teve que fazer mudanças em sua agenda e antecipar o retorno em um dia.

Mesmo que a visita oficial tenha tido um clima morno, bem diferente do entusiasmo da eleição de Obama há dois anos, ela cumpriu uma missão importante de reaproximar as Américas.


Lei da Ficha limpa

STF decide que só vale a partir de 2012

O STF (Supremo Tribunal Federal) anulou no dia 23 de março a validade da Lei da Ficha Limpa nas eleições passadas. Com isso, 149 candidatos impedidos de tomar posse devido a condenações judiciais poderão assumir os cargos em todo o Brasil.

A Lei Ficha Limpa tornou mais rigorosos os critérios que impedem os políticos condenados pela Justiça de se candidatarem nas eleições. Ela foi aprovada no ano passado e saudada como um mecanismo de combate à corrupção no país.

Agora, por seis votos a cinco, os ministros do Supremo decidiram que a lei não tem validade para as eleições de 2010 – quando foram escolhidos presidente, governadores, deputados e senadores – em razão do princípio de anualidade.

De acordo com a Constituição Federal, qualquer mudança na legislação eleitoral só é válida se for promulgada um ano antes das eleições. Ou seja, não se podem mudar as regras do jogo no meio do processo eleitoral.

Como a Ficha Limpa foi sancionada em 4 de junho de 2010 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quatro meses antes do pleito, ela contraria a Constituição.

Por isso, a lei só será aplicada a partir das eleições municipais de 2012. Mas, até lá, o Supremo irá ainda analisar recursos que questionam outros aspectos da constitucionalidade da lei.

No ano passado, a votação no Supremo sobre a Ficha Limpa terminou empatada: cinco ministros a favor da aplicação em 2010 e outros cinco, contra. O desempate foi possível este ano com a posse de um novo ministro, Luiz Fux, que votou contra a aplicação da lei nas eleições passadas.
 

Barrados

Com base na Ficha Limpa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro de candidatura de 149 candidatos nas eleições de 2010. Os candidatos agora poderão ter os votos validados.

A decisão cabe aos magistrados que cuidam de cada processo. Contudo, como o STF é o órgão máximo da Justiça brasileira, o que ele decide acaba sendo estendido para as demais instâncias.

Entre os políticos beneficiados com a decisão do Supremo estão Jader Barbalho (PMDB-PA), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), João Capiberibe (PSB-AP) e Marcelo Miranda (PMDB-TO), eleitos para o Senado, e João Alberto Pizzolatti (PP-SC), Janete Capiberibe (PSB-AP) e Nilson Leitão (PSDB-MT), eleitos para a Câmara dos Deputados.

As mudanças devem alterar também a composição de Assembleias Legislativas e Câmara dos Deputados estaduais.
 

Dez anos

A proposta chegou ao Congresso por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLP), que é quando o projeto tem origem na sociedade civil. Ela entrou na pauta de votações do Congresso por pressão popular.

A Ficha Limpa altera a Lei Complementar nº 64 de 1990. Esta lei estabelece critérios de impedimento para a candidatura de políticos, de acordo com a Constituição.

A principal mudança com a Ficha Limpa é que ela proíbe que políticos condenados por órgãos colegiados, isto é, por grupos de juízes, de se candidatem às eleições. Pelas regras anteriores (que vigoraram nas eleições passadas), o político ficaria impedido de se candidatar somente quando todos os recursos estivessem esgotados, o que é chamado de decisão transitada em julgado. O trâmite pode demorar até uma década, o que acaba beneficiando os réus.

Um processo cível ou criminal começa a ser julgado no Fórum da cidade, onde acontece a decisão de primeira instância, que é a sentença proferida por um juiz. Se houver recurso, o pedido é analisado por juízes do Tribunal de Justiça dos Estados.

Há ainda a possibilidade de apelar a uma terceira instância, que pode ser tanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto, em se tratando de artigos da Constituição, o STF.

De acordo com a Lei Complementar nº 64, somente quando esgotados todos esses recursos o político que responde a processo poderia ser impedido de se candidatar.

A Lei Ficha Limpa, ao contrário, torna inelegível o réu que for condenado por um grupo de juízes que mantiver a condenação de primeira instância, além daqueles que tiverem sido condenados por decisão transitada em julgado.

Depois de anularem a validade da lei para as eleições passadas, os ministros do Supremo devem debater se essa mudança é constitucional ou não. Acontece que o artigo 5º da Constituição afirma que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

Se a Corte Suprema entender que a Ficha Limpa contraria o artigo, condenando o réu antes de esgotadas todas as possibilidades de recursos, a lei poderá perder sua principal contribuição para a legislação eleitoral brasileira.

 

Mundo islâmico

Entenda os protestos contra queima do Alcorão

Mais de vinte pessoas morreram e 100 ficaram feridas em cinco dias de violentos protestos ocorridos no Afeganistão. O motivo foi a queima de um exemplar do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, por pastores da Flórida, nos Estados Unidos.

As manifestações começaram em 1º de abril. Sete funcionários da ONU (Organização das Nações Unidas) morreram durante a invasão de um escritório na cidade de Mazar-i-Sharif. Nos dias seguintes, os distúrbios se espalharam pelas regiões norte e sul do país.

Também ocorreram protestos em outras nações muçulmanas, mas sem a violência registrada em território afegão. Isso porque no país, ocupado pelos Estados Unidos, a influência das milícias talebans alimenta o ódio aos ocidentais.

O Afeganistão é um país pobre, localizado na Ásia central, formado por diferentes tribos e grupos étnicos. O que une os 32,7 milhões de habitantes é o islamismo (80% sunitas e o restante, xiitas).

Após os ataques do 11 de Setembro, as tropas americanas tomaram a capital Cabul e depuseram o governo Taleban, que havia chegado ao poder depois de vinte anos de ocupação russa. O objetivo do governo norte-americano era forçar o Estado afegão a entregar o terrorista Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda e responsável pelos ataques às torres gêmeas.
 

Terry Jones

A intolerância, desta vez, partiu de um pastor cristão. Em 20 de março, um exemplar do Alcorão (ou Corão) foi queimado por dois pastores evangélicos em uma igreja americana da Flórida, diante 50 fieis.

Um dos pastores era Terry Jones, um fundamentalista cristão que ficou conhecido ao ameaçar queimar o Alcorão no ano passado, no aniversário de nove anos do atentado em Nova York.

Na época, a intenção do religioso era protestar contra o projeto de construção de um centro islâmico próximo ao Marco Zero, local onde era situado o World Trade Center. Ele desistiu depois de ser pressionado por autoridades políticas e religiosas, entre elas o presidente norte-americano Barack Obama e o Papa Bento 16.

Agora, o pastor queimou o livro sagrado alegando crimes cometidos contra humanidade pela fé islâmica. O ato foi condenado pelo presidente Obama e outros líderes políticos ocidentais. Mas isso não foi o suficiente para conter a onda de protestos nos países islâmicos.
 

Choque cultural

Islã ou civilização islâmica se refere aos povos que seguem a religião do islamismo, cujos fiéis são chamados muçulmanos ou islamitas. O islamismo foi fundado pelo profeta Maomé no século 7, na Arábia. A religião possui raízes comuns com outras duas crenças monoteístas, o cristianismo e o judaísmo.

O Alcorão é o livro sagrado dos muçulmanos, como é a Bíblia para os cristãos. Os islamitas consideram que a obra foi ditada a Maomé pelo arcanjo Gabriel.

A religião islâmica é predominante em mais de 50 países do Oriente Médio, Ásia, África e Europa, além de comunidades espalhadas pelo mundo todo, inclusive no Brasil.

As diferenças culturais e religiosas entre as civilizações Ocidental e Islâmica se acentuaram no século 20, quando as potências europeias invadiram países da África e do Oriente Médio. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos chegaram a financiar grupos radicais para impedir o avanço do comunismo no mundo islâmico.

Uma diferença fundamental entre os povos muçulmanos e as sociedades ocidentais é que o Alcorão serve de base para a organização política e social. Tal fato acaba confrontando valores ocidentais como a democracia e os direitos humanos. No entanto, é errado confundir os seguidores da religião com terroristas e grupos extremistas, como a Al Qaeda, o Hamas e o Hezbollah.
 

Europa

A tensão entre os Estados capitalistas e as comunidades islâmicas têm se tornado mais comum nos últimos anos. Em 1989, o Irã decretou uma fatwa (sentença de morte) contra o escritor anglo-indiano Salman Rushdie. Ele foi acusado de blasfêmia em seu romance "Os Versos Satânicos". Desde então, passou a viver escondido e sob proteção policial, mesmo após o Irã suspender a condenação em 1998.

Em 30 de setembro de 2005, o jornal Jyllands-Posten, de maior tiragem na Dinamarca, publicou 12 caricaturas intituladas "As faces de Maomé". As charges provocaram manifestações violentas, incêndio em embaixadas dinamarquesas e uma crise diplomática com países árabes. O redator-chefe do jornal, que foi ameaçado de morte, pediu desculpas publicamente.

Mais recentemente, países europeus votaram leis restritivas aos costumes islâmicos, em ações consideradas hostis pelos 15 milhões de muçulmanos que vivem no continente. Em 29 de novembro de 2009, a Suíça aprovou, mediante referendo, a proibição da construção de minaretes - torres de mesquita de onde se chamam os muçulmanos para as orações diárias.

Em 14 de setembro, o Senado francês aprovou uma lei que proíbe o uso de véus islâmicos integrais – a burka e o niqab - em espaços públicos do país. Os parlamentares alegaram questões de segurança, além de respeito aos direitos das mulheres. A lei deve entrar em vigor na próxima semana, o que deve reacender o debate na Europa.


 

Massacre no Rio

Ataque à escola deixa 12 mortos

Doze adolescentes com idades entre 12 e 15 anos foram mortos na manhã do dia 7 de abril na escola municipal Tasso da Silveira, no bairro do Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, num ataque sem precedentes no Brasil.

O atirador, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, se matou após ser confrontado por um policial militar. Outros seis adolescentes, atingidos pelos disparos, de um total de 13 feridos, continuam internados em hospitais da região.

O crime comoveu o país, que nunca havia sido palco de uma tragédia em proporções semelhantes dentro de uma escola. Nos últimos dez anos, ataques a escolas e universidades tornaram-se comuns nos Estados Unidos, com registros também na Europa.

De acordo com o relato de familiares, Wellington sofria de esquizofrenia. Esquizofrenia é um grave distúrbio mental caracterizado pela perda de contato com a realidade. A psicose provoca isolamento social e, em alguns casos, delírios e alucinações.

Textos escritos pelo atirador e encontrados pela polícia revelaram fixação por terrorismo e religião. Ele também teria sido vítima de bullying (abuso emocional e físico) na época em que cursou o ensino fundamental no mesmo colégio. Em anotações e vídeos encontrados pela polícia, o assassino aponta a humilhação sofrida como motivo para o massacre.

O rapaz estava armado com dois revólveres calibres 32 e 38, além de farta munição. Ele usava colete à prova de balas, um cinturão artesanal e uma ferramenta chamada speadloader, que municia a arma com todas as balas de uma vez.

Por volta das 8h, Wellington chegou à escola e se identificou como ex-aluno. Ele alegou que iria buscar um histórico escolar. Em seguida, foi até o segundo pavimento, onde entrou em uma das salas, da 8ª. série. Ele disse que daria uma palestra e, na sequência, sacou as duas armas de dentro de uma mochila e começou a atirar. O atirador entrou ainda numa outra sala, em frente, e fez mais disparos.

Os alvos preferenciais eram as meninas. Dos 12 estudantes mortos, 10 eram do sexo feminino. E, de um total de 13 feridos, 10 também são meninas. As vítimas tiveram ferimentos em regiões vitais: cabeça e tórax. A matança durou 15 minutos. Segundo a polícia, o assassino recarregou a arma três vezes e disparou mais de 30 tiros.

Parte dos 400 alunos da escola no período da manhã se refugiou num auditório no terceiro andar do prédio. Outros se trancaram em salas de aulas com os professores.

Durante o ataque, um aluno, mesmo ferido, conseguiu escapar e avisar uma guarnição da Polícia Militar que fazia uma blitz no trânsito. O terceiro-sargento, Márcio Alexandre Alves, encontrou o assassino nas escadarias que dão acesso ao terceiro andar do prédio. De acordo com a polícia, Wellington foi baleado com um tiro de fuzil e, em seguida, se matou com um tiro na cabeça.
 

Columbine

Nos Estados Unidos, ataques a instituições de ensino se tornaram comuns. Nos últimos 12 anos ocorreram 36 chacinas em escolas e universidades, resultando em 102 mortos. Todos os crimes aconteceram após o caso mais famoso, o massacre de Columbine.

Em 20 de abril de 1999, os estudantes Eric Harris, 18 anos, e Dylan Klebold, 17 anos, mataram 12 alunos e uma professora na escola de ensino médio Columbine, no condado de Jefferson, no estado do Colorado. A dupla também feriu outros 21 alunos antes de cometer suicídio. O massacre provocou um debate sobre o controle de armas no país.

Desde então, o massacre de Columbine inspirou outros criminosos. No pior ataque, em 16 de abril de 2007, o estudante sul-coreano Cho Seung-hui executou 32 pessoas no Instituto Politécnico da Universidade Estadual de Virgínia.

Países da Europa também tiveram ataques semelhantes a escolas. Em 13 de março de 1996, o vendedor desempregado Thomas Hamilton, armado com quatro revólveres, matou 16 crianças e uma professora numa escola em Dunblane, na Escócia.

Na Alemanha, o estudante Robert Steinhäuser, 16 anos, invadiu uma escola em Erfurt em 26 de abril de 2002. Ele matou 13 professores, dois alunos e um policial. Em outra cidade alemã, Winnenden, nove alunos e três professores foram assassinados por um ex-aluno em 11 de março de 2009.
 

Armas

O massacre em Realengo reabriu o debate sobre a venda de armas no Brasil. Após o episódio, o Governo Federal anunciou que anteciparia para maio deste ano a campanha de desarmamento, antes prevista para junho ou julho.

Por meio da campanha, o governo indenizará donos de armas que as entreguem às autoridades. Nas campanhas anteriores, eram pagos entre R$ 100 e R$ 300 por armas entregues à Polícia Federal, fossem ou não registradas.

No Congresso, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB- AP) apresentou aos líderes de partidos a proposta de realização de um novo referendo sobre desarmamento. No primeiro referendo, realizado em 23 de outubro de 2005, 63,94% dos eleitores votaram contra a proibição do comércio de arma de fogo e munição no país.

A lei do Estatuto do Desarmamento, regulamentada por decreto de 1º. de julho de 2004, tornou mais rigorosos os critérios para aquisição e porte de arma de fogo no país, além de prever penas específicas e mais severas para o comércio e porte ilegal.
Fonte: UOL


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Roberto Santos

sexta-feira, 11 de março de 2011

Notícia

Tsunami mata mais de 330 e deixa 531 desaparecidos no Japão
Fonte: Folha de SP

A polícia japonesa afirmou nesta sexta-feira que ao menos 331 pessoas morreram e outras 531 estão desaparecidas depois que um terremoto avassalador de magnitude 8,9 atingiu o país, causando um tsunami. O impacto do tremor, suas dezenas de réplicas, e as ondas gigantes causaram ainda o rompimento da represa Dam, em Fukushima, no nordeste do país, alagando diversas casas. As autoridades temem que o número final de mortos ultrapasse mil.

Segundo a agência de notícias japonesa Kyodo, a polícia reduziu o balanço confirmado de mortos de 137 para 131. Outros cerca de 200 ou 300 corpos foram encontrados na cidade costeira de Sendai, a mais próxima do epicentro. Aparentemente, as pessoas morreram afogadas. A dimensão dos danos ao longo de uma extensa faixa costeira indica que o número de mortos pode aumentar significativamente.
A polícia disse ainda que ao menos 627 pessoas ficaram feridas.

Reuters
Pessoas se protegem quando telhado começa a desmoronar em livraria em Sendai; há cerca de 200 corpos na cidade
Pessoas se protegem quando telhado começa a cair em livraria em Sendai; há cerca de 200 corpos na cidade


O embaixador brasileiro no Japão, Marcos Galvão, afirmou nesta sexta-feira à Folha.com que ainda não há notícias de vítimas brasileiras. Segundo ele, as províncias mais atingidas foram Miyagi, Iwate e Fukushima, onde o número de brasileiros é cerca de 800. Ouça a entrevista com o embaixador
A Kyodo informou ainda que um número não especificado de casas ficou sob a água depois do rompimento da represa Dam em Fukushima. Não há informações ainda se havia moradores na área afetada ou qual a extensão dos danos.

A cidade foi uma das mais afetadas e teve 3.000 moradores retirados por danos a um sistema de resfriamento da usina nuclear Fukushima Daiichi, da Tokyo Electric Power. Os trabalhos para reparar o problema já foram iniciados.

"Nós temos uma situação em que um dos reatores não pode ser esfriado", disse o porta-voz do governo, Yukio Edano. "Nenhuma radiação vazou. O incidente não impõe riscos ao ambiente no momento", garantiu.

Além do tremor, o pior a atingir o Japão e um dos sete mais fortes do mundo, um tsunami de sete metros devastou a costa leste do Japão, deixando um rastro de destruição e arrastando carros, navios e até mesmo casas, além de causar incêndios fora de controle.

O terremoto ocorreu às 14h46 da hora local (2h46 em Brasília) e teve seu epicentro no Oceano Pacífico, a 130 quilômetros da península de Ojika, e a uma profundidade de 24,4 quilômetros, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

Desde então, mais de 50 réplicas atingiram o país, muitas delas acima de magnitude 6. O USGS utiliza uma medição baseada na escala aberta de Magnitude de Momento, que mede a área da falha que se rompeu e a totalidade de energia liberada. Nesta escala, um terremoto de magnitude 6 ou superior pode causar danos significativos em áreas populosas.

Horas depois, um tsunami atingiu o Havaí (EUA), sem causar maiores danos. Alertas foram enviados por todo o oceano Pacífico, desde a América do Sul, canadá, Alasca (EUA) e toda a costa oeste dos EUA. A Indonésia, o Havaí e as Filipinas, entre outros, determinaram a desocupação de áreas costeiras. Países da região como Taiwan, Austrália e Nova Zelândia, no entanto, já suspenderam o alerta.
Por causa do tsunami, a população japonesa foi orientada a fugir de áreas costeiras para terrenos mais elevados.

Foram registrados incêndios em pelo menos 80 lugares, segundo a agência de notícias Kyodo. A Kyodo também informou que uma embarcação com cem pessoas naufragou por causa do tsunami.

TEMOR

"Eu fiquei apavorado e ainda estou com medo", disse Hidekatsu Hata, 36 anos, gerente de um restaurante no bairro de Akasaka, em Tóquio. "Eu nunca vivi um terremoto dessa magnitude antes."
Em Tóquio, os edifícios sacudiram violentamente. Uma refinaria de petróleo perto da cidade, em Chiba, estava em chamas, com dezenas de tanques de armazenamento sob ameaça.

Efe
Refinaria da província de Chiba fica em chamas após terremoto seguido por tsunami; mortos podem somar mil
Refinaria da província de Chiba fica em chamas após terremoto seguido por tsunami; mortos podem somar mil

A emissora NHK mostrou chamas e colunas de fumaça negra saindo de um prédio em Odaiba, um subúrbio de Tóquio, e trens-balas que seguiam para o norte do país parados.

Fumaça escura também encobria uma região industrial em Yokohama. A TV mostrou moradores da cidade correndo para deixar prédios atingidos pelo tremor, protegendo as cabeças com as mãos enquanto destroços caiam sobre elas.

"O prédio sacudiu por bastante tempo e muitas pessoas na redação pegaram seus capacetes e se esconderam debaixo da mesa", disse a correspondente da agência de notícias Reuters em Tóquio Linda Sieg.

"Isso foi provavelmente o pior que eu já vivi desde que vim morar no Japão há mais de 20 anos".
O tremor dividiu uma rodovia perto de Tóquio e derrubou vários prédios no nordeste japonês. Um trem estava desaparecido na região litorânea atingida pelo tsunami.

Impressionantes imagens de TV mostraram o tsunami carregando destroços e incêndios em uma grande faixa litorânea perto da cidade de Sendai, que tem cerca de 1 milhão de habitantes. Navios foram erguidos do mar e jogados no cais, onde ficaram caídos de lado. Sendai fica a 300 quilômetros de Tóquio, e o epicentro do tremor, no mar, não fica muito distante dessa região.

Jesse Johnson, americano que vive em Chiba, norte de Tóquio, estava comendo em um restaurante de sushi com sua mulher quando sentiu o tremor. "No começo, eu não senti nada demais, mas então continuou e continuou. Então eu levantei, peguei minha mulher e fomos para debaixo da mesa", disse à agência de notícias Associated Press.

"Eu vivi no Japão por dez anos e eu nunca senti nada assim antes. As réplicas continuam vindo. Chegou ao ponto no qual eu não sei se sou eu quem está tremendo ou um terremoto".

EMERGÊNCIA

Um navio que levava cem pessoas foi levado pelo tsunami, de acordo com a agência Kyodo, e imagens de TV mostraram a força da água, escurecida pelos destroços, carregando casas e carros e levando embarcações do mar para a terra.

Algumas usinas nucleares e refinarias de petróleo foram paralisadas, e havia fogo em uma refinaria e numa grande siderúrgica.

O governo declarou situação de emergência como precaução. O primeiro-ministro Naoto Kan disse a políticos que eles precisam "salvar o país" após o desastre, que segundo ele causou danos profundos em toda a faixa norte do país.

Reuters
Estrada é bloqueada por deslizamento de terra causado por tremor em Iwaki; mais de 500 estão desaparecidos
Estrada é bloqueada por deslizamento de terra causado por tremor em Iwaki; mais de 500 estão desaparecidos

O tremor aconteceu pouco antes do fechamento do mercado em Tóquio, derrubando o índice Nikkei para a cotação mais baixa em cinco semanas. O desastre também prejudicou mercados em outras partes do mundo.

Cerca de 4,4 milhões de imóveis ficaram sem energia no norte do Japão, segundo a imprensa. Um hotel desabou na cidade de Sendai, e há temores de que haja soterrados.

A gigante eletrônica Sony, um dos maiores exportadores do país, fechou seis fábricas, informou a Kyodo. Jatos da Força Aérea foram deslocados para a costa nordeste para determinar a extensão dos danos.

O Banco do Japão (Banco Central) prometeu medidas para assegurar a estabilidade do mercado financeiro, mas o iene e as ações de empresas japonesas registraram queda.

Editoria de Arte/Folhapress




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Roberto Santos

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Notícias

Um resumo, país a país, dos protestos que abalam o mundo árabe


Fonte: Exame

Os eventos no Egito, no Iêmen, na Argélia e na Jordânia são reflexos da Revolução de Jasmin, que derrubou a ditadura na Tunísia





Protestos intensos no Egito levaram o governo a cortar a internet no país

São Paulo - Toda a agitação em países como o Egito, a Jordânia, o Iêmen e a Argélia é um eco da chamada Revolução de Jasmim, ocorrida na Tunísia na primeira quinzena de janeiro. O levante derrubou o ditador Zine al-Abidine Ben Ali, que estava no poder em seu país desde 1987. Os protestos que desencadearam a revolução tiveram seu estopim aceso em dezembro, quando um jovem vendedor de rua ateou fogo em seu próprio corpo como forma de protesto contra o governo e a situação insustentável no país.
 


O ato foi imitado por outros cidadãos do país, resultando em pelo menos cinco mortes e gerando um clima de mal-estar social e político. No dia 14 de janeiro, milhares de tunisianos saíram às ruas para protestar. No mesmo dia Ben Ali deixou o poder. As manifestações, que ganharam o nome de Revolução de Jasmim, começaram a repercutir em redes sociais como o Facebook. No dia 15 de janeiro o presidente do parlamento tunisiano assumiu temporariamente o poder.

 

Veja abaixo um resumo dos acontecimentos em outros países árabes onde há protestos contra o governo.


 

Argélia

Depois dos acontecimentos na Tunísia, a Argélia também foi palco de protestos. No começo de janeiro, grandes manifestações tomaram as ruas, em revolta contra o aumento do preço dos alimentos. Houve diversos confrontos entre policiais e a população. Dados divulgados pelo governo contabilizavam cinco civis mortos, e mais de 400 feridos, dentre eles, 300 policiais.



Jordânia

 

A última sexta-feira, 20 de janeiro, foi o primeiro dia de tensões na Jordânia. Multidões foram às ruas protestar, movidas pelas mesmas razões das manifestações na Argélia. A população gritava contra o aumento dos preços, a precariedade da política econômica do governo e o desemprego. Segundo informações de agências de notícias internacionais, os manifestantes usaram slogans que sugeriam que os líderes jordanianos teriam o mesmo destino do ditador da Tunísia. Apesar do clima de instabilidade, não houve confrontos com policiais. Nesta sexta-feira (28), cerca de seis mil ativistas foram para as ruas da Jordânia pedindo a renúncia do primeiro-ministro, Samir Rifai.



Iêmen

 

Na última quinta-feira (27), a onda de levantes contra governos autoritários chegou ao Iêmen. Dezenas de milhares de pessoas se concentraram em pontos estratégicos da capital do país para manifestar seu desejo de renovação no governo. Os protestos manifestaram o repúdio da população à reeleição de Abdullah Saleh, que está no poder no país desde 1990. Uma eventual sucessão de Saleh por alguém escolhido por ele também foi rejeitada.



Egito

 

Apesar do clima de tensão no país ter começado pouco tempo depois dos incidentes na Tunísia, a situação piorou na última terça-feira (25). Uma série de protestos e tentativas de suicídio similares à do jovem tunisiano desencadearam o que os especialistas já chamam de "a pior oposição ao governo nas últimas décadas". Além da influência dos acontecimentos na Tunísia, as manifestações no Egito têm como motivação a precária condição em que vivem os habitantes e o governo autoritário vigente no país desde 1981. Os protestos ganharam força principalmente entre os jovens. Uma característica peculiar foi o papel de redes sociais como o Facebook na articulação dos manifestantes e na disseminação de seus ideais. Diante disso, nesta semana, o governo mandou cortar, no país todo, a comunicação por celular e pela internet. Nesta sexta-feira (28) novos confrontos entre policiais e a população aconteceram, desta vez com um apoio de peso: o reformista egípcio e ex-prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei se uniu a um grupo de protesto.



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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Interessante

Veja no link abaixo uma linha do tempo elaborada pelo Estadão on-line contendo todos os presidentes do Brasil e suas trajetórias. Achei muito interessante, mesmo você que não gosta muito de política (História) vai se interessar:




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Roberto Santos

Atualidades

Crise na Tunísia

Levantes ameaçam regimes árabes

Fonte: UOL

Pela primeira vez na história, um líder árabe foi deposto por força de movimentos populares. Isso aconteceu na Tunísia, país mulçumano localizado ao norte da África. O presidente Zine Al-Abdine Bem Ali renunciou em 14 de janeiro após um mês de violentos protestos contra o governo. Ele estava há 23 anos no poder.Há décadas que governos árabes resistem a reformas democráticas. Agora, analistas acreditam que a revolta na Tunísia pode se espalhar por países do Oriente Médio e ao norte da África. O Egito foi o primeiro a enfrentar manifestações inspiradas pela “revolução do jasmim” (flor nacional da Tunísia).

O novo ativismo no mundo árabe é explicado pela instabilidade econômica e pelo surgimento de uma juventude bem educada e insatisfeita com as restrições à liberdade

Na Tunísia, os protestos começaram depois da morte de um desempregado em 17 de dezembro do ano passado. Mohamed Bouazizi, 26 anos, ateou fogo ao próprio corpo na cidade de Sidi Bouzid. Ele se autoimolou depois que a polícia o impediu de vender frutas e vegetais em uma barraca de rua.

O incidente motivou passeatas na região, uma das mais pobres da Tunísia, contra a inflação e o desemprego. A partir daí, o movimento se espalhou pelo país e passou a reivindicar também mudanças políticas.

O governo foi pego de surpresa e reagiu com violência. Estima-se que mais de 120 pessoas morreram em confrontos com a polícia. Na capital Tunis foi decretado estado de emergência e toque de recolher. Mesmo assim, milhares de manifestantes tomaram as ruas.

Ben Ali foi o segundo presidente da Tunísia desde que o país se tornou independente da França, em 1956. Ele ocupava o cargo desde 1987, quando chegou à presidência por meio de um golpe de Estado. Em 2009, foi reeleito com quase 90% dos votos válidos para um mandato de mais cinco anos.

Depois de dissolver o Parlamento e o governo, Bem Ali deixou o país junto com a família, rumo à Arábia Saudita. No seu lugar, assumiu o primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi, um aliado político. Por isso, na prática, o regime foi mantido, e os manifestantes continuam em frente ao Palácio do Governo. Eles exigem a saída de todos os ministros ligados ao ex-presidente, que ainda ocupam cargos-chave no governo de transição.
 

Egito

Sob certos aspectos, a Tunísia é o país mais europeu do continente africano, com classe média e liberal, alta renda per capta e belas praias mediterrâneas. Mas também possui um dos governos mais corruptos e repressivos de toda a região. A história do país é parecida com as demais nações árabes: foi domínio otomano, colônia europeia e, depois, ditadura. A falta de liberdades civis em países como a Tunísia sempre foi compensada por progresso econômico. Crises recentes como a do Irã, desencadeadas por jovens descontentes com os rumos econômicos e políticos do país, mostram que a população chegou ao seu limite.

Há o risco da revolta se espalhar por países vizinhos como Egito, Líbia, Síria, Iêmen, Omã, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Na Líbia e em Omã, por exemplo, o ditador Muammar Gaddafi e o sultão Qaboos bin Said, respectivamente, estão no poder há mais de 40 anos.

Os primeiros protestos inspirados pela Tunísia aconteceram no Egito. Em 25 de janeiro, policiais e manifestantes entraram em choque nas ruas da capital Cairo. Eles pediam a saída do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no comando. Pelo menos quatro pessoas morreram.

O movimento, chamado "dia da revolta" foi inspirado pela "revolução do jasmim" e organizado por meio do Twitter e do Facebook, a exemplo dos protestos iranianos, ocorridos em 2009.

Não se sabe, por enquanto, quais as consequências destes distúrbios em países como o Egito. O impasse também persiste na Tunísia, onde, até agora, o regime persiste, mesmo com a saída do presidente. A ausência de lideranças políticas deixa o país sem alternativas para compor um novo governo. Mas pelo menos um tabu foi quebrado, numa região em que ditadores só eram depostos mediante golpes de Estado ou invasões estrangeiras.





Tensão no Egito

Milhares vão às ruas contra ditadura

Fonte: UOL
A onda de protestos pela democracia que se espalhou pelo mundo árabe assumiu proporções dramáticas no Egito. Manifestantes ocupam as ruas do Cairo há uma semana para pedir a renúncia do presidente Hosni Mubarak, há três décadas no poder.
A maior mobilização ocorreu na última terça-feira (1º de fevereiro). Quase um milhão de pessoas lotaram a Praça Tahrir, no centro da capital. Diferente dos primeiros dias, não houve confrontos com a polícia.

Nem mesmo o bloqueio da internet e o toque de recolher impediram os egípcios de promoverem o ato. Antes disso, Mubarak tentou, sem sucesso, contornar a situação. Ele destituiu todo o alto escalão e nomeou um vice-presidente, fatos inéditos em seu governo.

Após o megaprotesto, Mubarak anunciou na TV estatal que não concorreria às eleições presidenciais de setembro, mas que permaneceria no cargo até o fim do mandato. Ele tinha planos de passar o poder ao filho, numa sucessão dinástica comum em países árabes.

O recuo do presidente teve o peso da influência dos
Estados Unidos, que sinalizaram para uma retirada do apoio ao regime. A oposição, porém, pretende continuar a pressão até a renúncia do ditador egípcio.

O Egito é o país árabe mais populoso, com 80 milhões de habitantes. O território abriga uma antiga civilização que legou monumentos famosos como as pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge. O país é também um importante aliado do Ocidente no
Oriente Médio, uma das regiões mais conflituosas do planeta e rica em petróleo.

Os recentes protestos começaram com a "revolução do jasmim", que derrubou o presidente
Zine El Abidine Ben Ali, na Tunísia, em 14 de janeiro deste ano. Ben Ali estava há 23 anos na Presidência. Foi a primeira vez na história que um líder árabe foi deposto por um movimento popular.

Na sequência, as manifestações pró-democracia se disseminaram por outros países da região, como a Argélia e o Iêmen. Nenhum delas, contudo, teve tanta expressão quanto a que acontece atualmente no Egito.

As revoltas nos países árabes lembram os levantes que provocaram a queda dos regimes comunistas na Europa, entre o final dos anos 1980 e o começo dos anos 1990. Entretanto, em países como o Egito, a ausência de tradição democrática torna a situação mais perigosa.
 

Radicais islâmicos

Sociedades árabes conhecem apenas duas formas de governo: monarquias absolutistas ou ditaduras, sejam elas militares ou religiosas. Assim, nessas nações não existem partidos que possam disputar eleições após a queda de um tirano.

O mais comum, nestes casos, é que o Estado secular seja substituído por um sistema fundamentalista. Foi o que aconteceu em 2007 na faixa de Gaza. Na ocasião, o Hamas, grupo fundamentalista islâmico palestino, conquistou o poder com a derrota do Fatah. Desde então, vive em conflito com Israel.

No Egito, a crise beneficia a Irmandade Mulçumana, que tem expressão entre as camadas mais populares da população. Acontece que o país e uma peça-chave no equilíbrio de forças no Oriente Médio. Ele é aliado tanto dos Estados Unidos quanto de Israel contra governos como o do iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

Egito e Israel já travaram guerras. Os dois países assinaram um acordo de paz em 1979. Já o governo norte-americano fornece quase US$ 2 bilhões por ano de ajuda econômica e militar ao Cairo. Somente o Estado de Israel recebe maior incentivo da Casa Branca.

Internamente, Mubarak usou a justificativa de combater os radicais islâmicos para se manter no poder e restringir liberdades. Ele era vice-presente em 1981 quando o presidente Anwar Sadat foi morto por fundamentalistas durante uma parada militar na capital.

Outro fator que garantiu a permanência de ditaduras por décadas na região foi a estabilidade econômica. Isso mudou com a crise financeira mundial de 2008 e a recente alta dos preços dos alimentos. A taxa de desemprego no Egito é de 9% (no Brasil é de 6,7%) e um egípcio em cada dois vive com apenas dois dólares por dia.

Além disso, a população mais jovem - um em cada três egípcios tem menos de 15 anos - e mais bem educada não tolera mais a repressão dos governos e nem teme a tomada de poder por grupos religiosos. São eles que estão dando novos rumos ao mundo árabe.





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Roberto Santos

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Atualidades

Primeiramente gostaria de desejar um feliz ano novo a todos, estava de férias mas agora tudo volta ao normal. Espero que tenham conseguido ótimas notas na prova do ENEM do ano passado para garantir uma bolsa de estudos boa neste ano. Desejo a todos que por aqui passam muito sucesso e prosperidade.



Novo país

Sudaneses fazem referendo para decidir separação

Fonte: UOL
José Renato Salatiel*


Uma nova nação deve surgir na África nos próximos meses. A população do Sudão iniciou no último dia 9 de janeiro um referendo que deve aprovar a separação entre as regiões Sul e Norte do país. Divisões étnicas, tribais e religiosas causam conflitos que duram décadas no território. Agora, a disputa por reservas de petróleo ameaça dar início a outra guerra.
A votação vai até o dia 15 e o resultado será anunciado em 22 de janeiro. É preciso um comparecimento de 60% dos eleitores. Se for aprovado nas urnas – há estimativa de 90% a favor –, será criado em julho o 193º país do mundo.

O novo país pode se chamar Sudão do Sul, Novo Sudão ou
Kush, nome de uma das primeiras civilizações que habitavam a região. A cidade de Juba será a capital.

O Sudão é o maior país do continente africano. A região Norte é de maioria árabe e mulçumana, enquanto no Sul há predomínio da população negra e cristã. Houve duas guerras pela independência do Sul. A primeira começou em 1955 e terminou em 1972, após um acordo de paz.

Os conflitos recomeçaram em 1983 e só foram interrompidos com um cessar-fogo em 2005, entre o Exército e os rebeldes sulistas do SPLA (Exército Popular de Libertação do Sudão). Estima-se que a guerra civil tenha deixado 2,5 milhões de mortos e 5 milhões de refugiados. Um acordo estabelecido com o último cessar-fogo conferiu ao Sul autonomia do governo central de Cartum.

Caso se torne um país, o Sudão do Sul será um dos mais pobres do mundo. A região é pouco maior que o Estado de Minas Gerais e possui 8,5 milhões de habitantes. Segundo dados da ONU, 90% da população vive abaixo da linha da pobreza. Até 85% da população adulta é analfabeta, metade não tem acesso à água potável e quase não há estradas ligando o território.
 

Petróleo

O Sudão, contudo, é rico em petróleo, o que pode vir a ser a fonte de novos conflitos. As reservas são conhecidas há três décadas. Recentemente, descobriu-se que são muito maiores, de até 6,7 bilhões de barris (em comparação, calcula-se que o pré-sal de Tupi, no Brasil, tenha entre 5 e 8 bilhões de barris).

Os termos do acordo de paz, firmado há seis anos, incluíam a divisão igualitária dos rendimentos com a exportação do minério entre as regiões Norte e Sul, até 2011. A renegociação do acordo após o referendo é um dos pontos mais delicados no processo de separação.

Apesar de o Sul concentrar 80% das reservas, a exportação do produto depende do acesso ao Mar Vermelho, que é feito pelo Norte do país. Além disso, o distrito de Abyei, localizada na fronteira, é rico em petróleo. A população local fará um referendo para saber se junta-se ao Norte ou ao Sul.

Há ainda outro componente delicado na transição: os caprichos de um ditador. O Sudão é governado por Omar Bashir, acusado de genocídio em Darfur, região oeste do país. Os conflitos étnicos em Darfur começaram em 2003 e deixaram 50 mil mortos. Há uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional contra Bashir por crimes de guerra.

O ditador deu indícios de que aceitará o resultado das urnas, mas disse também que o Sul não está preparado para constituir um Estado independente. Pelo menos 30 pessoas morreram em ataques nos primeiros dias de votação. Analistas temem que o plebiscito prejudique o cessar-fogo. O país vizinho, Quênia, se prepara para uma eventual onda de refugiados.
 

Kosovo

Outras regiões do mundo, caracterizadas por diferenças étnicas, religiosas e linguísticas, lutam pela independência. Entre as mais conhecidas estão o País Basco, localizado entre a França e a Espanha; a Chechênia, que tenta se desligar da Rússia; e o Tibete, que luta contra o domínio chinês. Em 2008, o Kosovo, na península balcânica, declarou independência da Sérvia. Ele foi reconhecido pelos Estados Unidos e alguns países da União Europeia.



Tragédia no Rio

O maior desastre natural do país

Fonte: UOL
 
José Renato Salatiel*

Chuvas intensas que caíram na região serrana do Rio de Janeiro provocaram o pior deslizamento da história do Brasil. Até o último dia 18 de janeiro, o número de mortos chegava a 710 em quatro cidades. Outras 7.780 pessoas estão desalojadas – morando em casa de vizinhos ou familiares – e 6.050 desabrigadas. Um total de 207 estão desaparecidas.
A tragédia foi causada por um fenômeno raro que combina fortes chuvas com condições geológicas específicas da região. Porém, ela foi agravada pela ocupação irregular do solo e a falta de infraestrutura adequada para enfrentar o problema, que se repete todos os anos no país.

O número de vítimas superou o registrado em Caraguatatuba, em 1967. Na época, tempestades e deslizamento de terra mataram 436 pessoas na cidade do litoral norte de São Paulo. Nesse mesmo ano, uma enchente deixou 785 mortos no Rio.

Na madrugada do último dia 12 de janeiro, uma enxurrada de toneladas de lama, pedras, árvores e detritos desceu a montanha arrastando tudo pelo caminho. Os rios se encheram rapidamente, inundando as cidades.

A destruição foi maior nas cidades Nova Friburgo e Teresópolis, que contabilizam o maior número de mortos. Essas cidades turísticas recebem visitantes na temporada, que aproveitam o clima ameno da serra.

Ruas foram cobertas por um mar de lama, com corpos espalhados, casas destruídas e carros empilhados. A queda de pontes em rodovias deixou cidades isoladas, e os moradores ficaram sem luz, água e telefone.

Em Nova Friburgo, o rio subiu mais de cinco metros de altura e a enchente derrubou casas. Em Teresópolis, o cenário era devastador. Condomínios, chácaras, pousadas e hotéis de luxo foram arrasados pelas avalanches de terra.

A estrutura de atendimento às vítimas entrou em colapso. O IML (Instituto Médico Legal) e os cemitérios ficaram lotados. Parentes das vítimas tiveram que fazer enterros às pressas em covas rasas.

Uma das imagens mais impressionantes foi a de uma mulher sendo salva da inundação. Ela foi içada por uma corda do alto de um prédio, enquanto o cachorro que trazia nos braços era arrastado pela enxurrada.
 

Causas

O ar quente e úmido vindo da Amazônia gerou nuvens carregadas no Sudeste. Na região serrana do Rio, as montanhas formaram uma espécie de barreira que impediu a passagem de nuvens e concentrou a chuva numa única área.

Somente em Nova Friburgo, onde a chuva foi mais intensa, em 12 dias o volume foi 84% a mais do que o previsto para todo mês de janeiro.

A água da chuva foi responsável por dois fenômenos distintos. Primeiro, a cheias nas nascentes dos rios, no alto das montanhas, que causou as enchentes. O sistema de drenagem dos municípios era obsoleto e não conseguiu escoar as águas.

E, mais grave, os deslizamentos. O solo das encostas é constituído por uma camada fina de terra e vegetação sobe a rocha. Quando fica encharcado, se descola da montanha, descendo feito uma avalanche. A grande inclinação das montanhas fez com que o deslizamento atingisse até 150 quilômetros por hora, aumentando a potência de destruição.

Boa parte das mortes, contudo, poderia ter sido evitada com políticas públicas. Durante décadas, os governos foram omissos – quando não estimularam – os loteamentos em áreas de risco permanente. Na rota da lama que desceu das encostas havia dezenas de imóveis, desde favelas até hotéis e casas de alto padrão.
 

Aquecimento global

O aquecimento global está por trás das mudanças climáticas que explicam os contrastes de seca e enchentes em várias partes do mundo. No Brasil, os prejuízos financeiros e as mortes se acumulam a cada verão.

No ano passado, 283 pessoas morreram no Estado do Rio entre os meses de janeiro e abril. As catástrofes aconteceram em Angra dos Reis, Niterói (Morro do Bumba), na capital e em outras cidades. Em São Paulo, a chuva destruiu a cidade histórica de São Luiz do Paraitinga. Em 2008, houve 135 mortes em Santa Catarina.

Compete aos governos municipais regulamentar e fiscalizar o uso do solo. O objetivo é impedir a construção de moradias nas encostas e zonas de risco. Já os governos estadual e federal precisam investir em programas preventivos e encontrar soluções menos burocráticas para garantir que os recursos cheguem até as cidades.

Um exemplo foi a liberação imediata de R$ 780 milhões da União para ajudar na reconstrução dos municípios afetados pelas chuvas deste mês. A verba foi liberada por meio de uma medida provisória assinada pela presidente
Dilma Rousseff. O valor gasto com a recuperação, todavia, é superior ao que seria gasto com prevenção. Sem falar nas vidas perdidas.


É de entristecer o que estamos fazendo com o mundo, vamos pensar bastante antes de prejudicar o meio ambiente, para depois não chorarmos por tantas vidas que se vão. Vamos jogar lixo na lixeira (para isso que elas servem), lixo entope buero e colabora com as enchentes, se tiver um sofá para jogar fora, doe para uma instituição, não jogue nos rios. Recicle quando possível, seja consciente. Ninguém está seguro num mundo onde a natureza está  descontrolada, a volta disso ainda pode ser beeeeeeem pior. É viver pra ver!

 

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