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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Atualidades

Eleições mantêm candidatos folclóricos, mas censuram humoristas

UOL



Mesmo com a censura aos programas humorísticos, as eleições gerais de 2010 preservam o aspecto mais burlesco da tradição democrática com as campanhas dos candidatos folclóricos, que contam com votos de protesto ou com a própria fama para conseguirem uma vaga no Congresso.

Desde a Antiguidade, o humor faz parte da democracia como instrumento de crítica aos governantes. No Brasil, a atual legislação proíbe a veiculação de piadas feitas na TV com políticos, ao passo que os partidos acolhem os tipos mais excêntricos e "celebridades" como candidatos.


De acordo com a resolução nº 23.191 de 2009, que atualiza a Lei Eleitoral nº 9.504 de 1997, é vetado aos programas de emissoras de rádio e TV "usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação" (Art. 45, II).

A desobediência à norma prevê a aplicação de multas às emissoras nos valores de R$ 21 mil a R$ 106 mil, duplicadas em caso de reincidência. A lei entrou em vigor nas eleições deste ano, que irão eleger presidente, governadores de 26 Estados e do Distrito Federal e representantes da Câmara dos Deputados e do Senado .

No último dia 22 de agosto, artistas realizaram um protesto no Rio de Janeiro contra a lei que censura o humor político durante o período eleitoral. A manifestação foi organizada pelo movimento Humor Sem Censura.

Para os humoristas, a legislação contraria a liberdade de expressão e afeta programas de TV como o Casseta & Planeta (Globo), CQC (Band) e Pânico (Rede TV!).

No dia 26 de agosto, o ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a regra por meio de uma liminar pedida pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). O ministro argumentou que a lei contraria a liberdade de expressão.

A liminar será analisada pelo Supremo, para ser revogada ou ratificada pelos demais ministros. Até que seja julgada, os programas humorísticos estão liberados para fazer piadas com políticos.

No Brasil, o humor em política remonta aos tempos do Império, quando revistas e jornais traziam caricaturas e faziam chacotas sobre a vida na Corte. Até no período da ditadura militar (1964-1985), com a imprensa "amordaçada" pelo regime, publicações alternativas usavam o humor como forma de romper a censura e atacar os generais.

A prática, porém, é muito mais antiga. Na Grécia, berço da democracia ocidental, a comédia surgiu no teatro grego em 488 a.C. As poucas comédias de Aristófanes que foram preservadas revelam ironias contra os políticos da época. Pelo menos um deles, Cleón, teria recorrido à Justiça para tentar silenciar o dramaturgo grego.

A tradição foi mantida na Roma antiga, na Idade Média e no Renascimento , até os dias atuais. Nas sociedades democráticas, como os Estados Unidos, os candidatos respeitam e até mesmo participam de programas humorísticos. É o caso, por exemplo, da caracterização de Sarah Palin, candidata a vice de John McCain , feita pelo programa humorístico Saturday Night Live nas eleições presidenciais de 2008.

Macaco Tião

Há também, no Brasil, a tradição de expressar o descontentamento com a baixa qualidade de candidatos por meio do voto em figuras caricatas e em animais. É uma forma de protesto bem humorado que tem sido usada, atualmente, como estratégia de partidos políticos "nanicos".

Em 1958, o "candidato" mais votado nas eleições para vereador foi Cacareco, um rinoceronte do Zoológico de São Paulo. O animal conseguiu 100 mil votos, cinco mil a mais do que o partido mais votado naquela eleição. O caso foi considerado um emblema na história do voto nulo no país.

Outro "candidato" famoso foi o Macaco Tião, um chipanzé do Zoológico do Rio de Janeiro. A candidatura do macaco à Prefeitura do Rio, em 1988, foi lançada pelos humoristas do Casseta & Planeta, que à época editavam uma revista (Casseta Popular) e um tablóide (O Planeta Diário). O chipanzé obteve 400 mil votos e ficou em terceiro lugar entre os doze candidatos que disputavam a eleição.

Isso só foi possível porque, na ocasião em que Cacareco e Macaco Tião concorreram, os eleitores escreviam o nome dos candidatos em cédulas de papel, o que permitia a contagem de votos para os animais.

A partir das eleições de 1996, as cédulas foram substituídas por urnas eletrônicas. Com isso, ficou impossível votar em candidatos que não fossem reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Começaram, então, a proliferar personagens como Enéas Carneiro, que ficou conhecido pelo bordão "Meu nome é Enéas!". Ele disputou três eleições presidenciais (1989, 1994 e 1998) e chegou a ficar em terceiro lugar.

Nas próximas eleições, além de candidatos conhecidos por envolvimento em casos de corrupção, como Paulo Maluf, Fernando Collor e Jader Barbalho , o eleitor ainda encontrará uma lista de artistas e "celebridades", como a Mulher Pêra, Maguila, Marcelinho Carioca, Ronald Esper e Tati Quebra-Barraco, entre outros.

Um dos mais representativos é o palhaço Tiririca, candidato a deputado federal. Ele afirmou ter sido convidado pelo PR, e confessou não ter a mínima noção do que faz um parlamentar.

Para os partidos, esses candidatos, que canalizam o descontentamento de parte do eleitorado ou usam a fama para conquistar eleitores, são vistos como uma oportunidade de atrair votos para a legenda. Ou seja, os partidos, que deveriam filtrar as candidaturas "exóticas", são os que mais as estimulam. E, diferente dos votos nulos para animais de zoológico, alguns deles conseguem se eleger para o Congresso, como Clodovil, Aguinaldo e Frank Aguiar.

Eu só me questiono como pode ser o Brasil o país da "Ordem e Progresso" com tanta imbecilidade junta. O país do "pão e circo" sempre será isso, nós aplaudiremos enquanto alguns riem da nossa cara. Enquanto o povão precisa de faculdade para arrumar um bom emprego, os políticos ganham muito $$$ e se bobear mal terminaram a pré-escola! É muito ridículo colocar o país à mercê de gente como mulher banana, uva, pêra, jaca ou um sem noção como Tiririca, Ronaldo Ésper e Maguila. Por favor né? Quando esse povo do meu país vai acordar e parar de aceitar tanta gozação com a própria cara. Isso é o retrato do nosso belo país, isso é a demonstração de como os ditos governantes enxergam e cuidam do seu povo. E ainda queriam proibir os humoristas de fazer comédia? Eu entendi o motivo, o próprio horário eleitoral é um programa de comédia, cheio de palhaços querendo aparecer e quem sabe ganhar pelo menos a fama. E nesse circo todo pelo menos o palhaço eleito fica rico né? Tadinho dos palhaços que animam o povo de verdade.

Acho triste! Mas enfim, é o que tem pra hoje... kkkkkk ;-)


Mudanças climáticas: catástrofes no Paquistão e na Rússia
UOL

Qual seria a relação entre a onda de calor que cobriu Moscou, a capital russa, com uma espessa neblina de fuligem, e as chuvas que causaram inundações no Paquistão ? Para cientistas que estudam as mudanças no clima da Terra, ambas as tragédias, ocorridas nos meses de julho e agosto deste ano, poderiam ser efeitos do aquecimento global.
No Paquistão, as piores enchentes em 80 anos deixaram mais de 1.600 mortos e afetaram 20 milhões de pessoas - aproximadamente 11% da população do país, que possui 177 milhões de habitantes. As inundações destruíram casas, plantações e danificaram a infraestrutura de cidades.



Seis milhões de paquistaneses que sobreviveram às cheias (incluindo 3,5 milhões crianças) correm o risco de contraírem doenças, como a cólera, devido à contaminação da água.



Em visita ao país no dia 15 de agosto, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki Moon , disse que o desastre é o maior que já viu na vida, e autorizou o envio emergencial de US$ 459 milhões (R$ 811 milhões) para o Paquistão.

Já na Rússia, a maior onda de calor em mil anos causou mortes e prejuízos ao país. Desde o começo da seca, em maio, 52 pessoas morreram, e a taxa de mortalidade em Moscou dobrou devido ao calor e à fumaça de incêndios florestais.

A temperatura na capital atingiu o recorde de 39 graus, no dia mais quente já registrado. Os níveis de monóxido de carbono chegaram ao dobro do aceitável, obrigando os russos a usarem máscaras nas ruas.

Os incêndios ainda destruíram um quarto das terras usadas para o cultivo de cereais (a Rússia é um dos maiores exportadores mundiais de trigo, centeio e cevada). Para garantir o abastecimento doméstico, o governo suspendeu as exportações até o final do ano.


Havia também o perigo dos incêndios chegarem à usina de Mayak, nos Montes Urais, e Chernobyl , locais onde ocorreram desastres nucleares nos anos de 1957 e 1986, respectivamente. O fogo poderia espalhar partículas radioativas presentes no solo contaminado desses lugares.

O calor também bateu recordes e provocou incêndios em países europeus como Portugal e Grécia, além de inundações na China . Para especialistas, esses eventos teriam sido parcialmente provocados pelo aquecimento global, resultado do efeito estufa .

Terra mais quente



O efeito estufa ocorre quando a energia do Sol se acumula na atmosfera terrestre, elevando a temperatura do planeta. Ele é causado pela emissão de seis tipos de gases, como dióxido de carbono (CO2) , metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) . O dióxido de carbono é o mais abundante e duradouro na atmosfera. Ele é liberado pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão natural), que constituem a principal fonte de energia das economias mundiais.

O efeito estufa é um fenômeno natural e necessário para a vida no planeta, pois permite que a Terra retenha o calor indispensável para a sobrevivência dos seres vivos. O problema é que, com o aumento da poluição a partir do século 19, houve um desequilíbrio nesse processo, o que provocou o aquecimento global.

Alertados por cientistas, os governos mundiais começaram a se preocupar com questões ambientais nos anos 1980. O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), divulgado em 2007, apontou que a temperatura no mundo subiu 0,74% no período de 1906 a 2005, devido à atividade humana. E, se nada for feito, haverá um aumento em 4 graus Celsius até 2100.

Se isso acontecer, espécies de animais e vegetais serão extintas, haverá prejuízo para a agricultura, falta de água, ondas de calor e ocorrência de tufões e furacões . O derretimento das calotas polares elevará o nível dos oceanos, inundando as regiões costeiras do planeta.

Kyoto



Segundo a Organização Meteorológica Mundial da ONU, 2010 pode ser o ano mais quente desde o início dos registros de temperatura em meados do século 19 XIX, ultrapassando o recorde de 1998.

Para os cientistas, o risco de ocorrerem ondas de calor semelhantes às que mataram 35 mil pessoas na Europa em 2003 é, hoje, duas vezes maior por conta das alterações climáticas no planeta. A comunidade científica estuda, agora, métodos e tecnologias mais precisas na previsão de catástrofes como as ocorridas no Paquistão e na Rússia, além de buscar acordos que permitam a redução de poluentes.

A maior dificuldade, no entanto, é contar com o consenso entre as duas maiores potências econômicas do planeta -Estados Unidos e China -, que são, também, os países mais poluidores do planeta.

Em dezembro do ano passado, foi realizado, em Copenhague, capital da Dinamarca, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15). O objetivo era estabelecer metas internacionais - que irão substituir o Protocolo de Kyoto após 2012 - de redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.


Após duas semanas de negociações, a COP 15 terminou com um acordo tímido entre Estados Unidos, China, Brasil, África do Sul e Índia. Os participantes concordaram com a necessidade de se limitar o aquecimento global em 2 graus Celsius. Porém, não houve avanço no que concerne a metas assumidas por governos ou garantias da assinatura do documento que substituirá o Protocolo de Kyoto.

De concreto, foi criado um fundo anual de 100 bilhões de dólares até 2020 para ajudar os países pobres a colaborarem com planos de combate ao aquecimento global.




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Roberto Santos

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Atualidades

Pena de morte: apedrejamento

Condenação de iraniana gera protestos no mundo

UOL

A condenação à morte por apedrejamento da iraniana Sakineh Mohammadí Ahstiani provocou uma onda de manifestações contrárias ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad , acusado de violação dos direitos humanos . Após sofrer pressão internacional, o governo iraniano manteve a pena capital para a mulher acusada de adultério, mas anunciou que mudaria a execução para enforcamento.

Sakineh, 43 anos, é viúva e tem dois filhos, com idades de 17 e 22 anos. Ela foi condenada em 15 de maio de 2006 por um tribunal de Tabriz, maior cidade da província do Azerbaijão Ocidental, por manter "relacionamento ilícito" com dois homens. O caso teria ocorrido após a morte de seu marido. A pena imposta foi de 99 chibatadas.

Em setembro do mesmo ano, ela foi julgada novamente pelo crime e sentenciada à morte por apedrejamento. Este é considerado um dos métodos de execução mais cruéis que existem. De acordo com o Código Penal iraniano, a mulher é enterrada de pé até o peito ou o pescoço e recebe pedradas, atiradas por populares. As pedras não podem ser muito pequenas, a ponto de causarem poucos danos, nem muito grandes, de modo a prolongar a agonia do condenado. Casos de homens executados por lapidação são raros no país.

O Irã adotou a prática após a Revolução Iraniana de 1979, liderada pelo aiatolá Ruhollah Khoemini (1900-1989). A revolução depôs o regime monárquico e instituiu a autoridade máxima religiosa. A República Islâmica do Irã é o único regime do mundo que emprega sistematicamente a lapidação como pena de morte.


Sentença de morte

Segundo dados da ONG Comitê Internacional Contra o Apedrejamento, outros 24 iranianos receberam a mesma sentença e aguardam serem executados. A Anistia Internacional aponta o número de 11 pessoas, sendo 8 mulheres.
Em 31 anos, de acordo com a ONG, mais de 150 pessoas foram mortas no país por apedrejamento (há uma lista de 136, no site da entidade). O número de mortos teria aumentado após a coalizão conservadora que empossou o presidente Mahmoud Ahmadinejad em 2005. A entidade registrou também um aumento drástico das execuções no período de oito semanas entre as eleições presidenciais de 12 de junho até a posse de Ahmadinejad para o segundo mandato, em 5 de agosto do ano passado.

Os dados não são precisos devido ao acobertamento do governo iraniano. Segundo estimativas de 2009 da Anistia Internacional, o Irã possui o segundo maior número de réus executados no mundo (388), perdendo apenas para a China, com mil mortes no ano (número que ultrapassa as 714 execuções registradas pela Anistia em 18 países, em 2009).

A região do Oriente Médio possui a maior taxa per capta de execuções no mundo. Além do Irã, foram registradas mortes no Iraque (120), Arábia Saudita (69), Estados Unidos (52), Yemen (30), Sudão (9), Vietnã (9), Síria (8) e Japão (7). Apenas no Japão e nos Estados Unidos os números são oficiais. Para os demais países, a organização adotou a estimativas mínimas. Os métodos utilizados nas sentenças foram a forca, o fuzilamento, a decapitação, a lapidação, a eletrocussão e a injeção letal.
Para especialistas, a lapidação é usada com fins políticos no Irã, para aterrorizar os inimigos políticos e conter protestos contra o governo. Em alguns casos, a acusação é baseada em argumentos religiosos, que lembram a Inquisição. O próprio julgamento de Sakineh é alvo de desconfianças por falta de provas e restrições à defesa. Até mesmo o advogado de defesa da iraniana teve que buscar asilo político na Noruega para escapar da perseguição do governo.
No último dia 8 de agosto, o Irã anunciou a condenação de um rapaz de 18 anos, preso há dois anos em Tabriz, por homossexualismo. A pena prevista na legislação pode ser de chibatadas ou morte por apedrejamento ou enforcamento. No dia seguinte, uma mulher afegã foi chicoteada e executada a tiros, em público, por cometer suposto adultério, no Afeganistão.
Os tribunais do Afeganistão, Paquistão e Somália também preveem a morte por apedrejamento. Em outubro de 2009, islâmicos somalis executaram por apedrejamento, em público, uma mulher de 23 anos acusada de adultério.


Asilo político

Após o anúncio da pena de Sakineh, ocorreram protestos em várias capitais européias e americanas, com simulações de lapidações. Órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos iniciaram campanhas para reverter a condenação do governo iraniano, que é signatário de tratados internacionais.
Para justificar a pena de morte, o Estado informou que a ré também foi condenada por assassinato - ela teria participado, segundo a Justiça iraniana, da morte do marido.
No dia 31 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu anteriormente o polêmico programa nuclear iraniano, disse que concederia asilo político à Sakineh no país. O Itamaraty formalizou a oferta, mas o governo do Irã rejeitou no dia 10 de agosto. A rejeição aconteceu no mesmo dia em que o governo brasileiro firmou um decreto que aprova as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU), com sanções contra o Irã, por conta do programa nuclear .
A legislação iraniana prevê que a pena pode ser revertida para encarceramento caso a família do marido perdoe a condenada pelo crime. Se isso não acontecer, ela pode ser morta nos próximos dias.



Bomba atômica - 65 anos

Explosões em Hiroshima e Nagazaki inauguraram era nuclear

UOL

Eram 8h15 da manhã do dia 6 de agosto de 1945 quando os habitantes da cidade japonesa de Hiroshima viram um enorme clarão seguido de um colossal estrondo. Pela primeira vez, uma bomba de fissão nuclear era usada numa guerra contra uma população civil. Isso aconteceria somente mais uma vez na história: três dias depois, em Nagazaki, atingida por outro artefato desenvolvido pelos norte-americanos.
Estima-se que 140 mil pessoas tenham morrido em Hiroshima e outras 70 mil em Nagazaki, sem contar sobreviventes que morreram nas décadas seguintes em decorrência dos efeitos nocivos da radiação.
Os ataques marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e deram início à era nuclear e à corrida armamentista entre dois blocos dominantes e antagônicos, os Estados Unidos e a ex-União Soviética. Foi um dos períodos mais tensos da história, já que havia o risco do mundo ser devastado por um confronto com armas atômicas.
Passados 65 anos das explosões em Hiroshima e Nagazaki, a comunidade internacional tenta impedir o armamento de países como Irã e Coreia do Norte. O perigo, hoje, é que a bomba possa ser usada por extremistas religiosos ou terroristas.
Projeto Manhattan

O governo dos Estados Unidos financiava pesquisas sobre a fissão nuclear (base das primeiras bombas atômicas) desde o começo da Segunda Guerra Mundial. Alertado pelo físico Albert Einstein (1879-1955) de que os alemães poderiam construir a bomba antes dos Aliados, o presidente americano Franklin Delano Roosevelt (1933 a 1945) inaugurou o Projeto Manhattan em 1942.
O projeto secreto reuniu os maiores cientistas da época - muitos deles europeus que fugiam dos nazistas, como o próprio Einstein - para produzir e detonar três bombas atômicas. A primeira delas foi testada em 16 de julho de 1945 no deserto de Alamogordo, próximo da base de Los Alamos, no Estado do Novo México.
Menos de um mês depois, o presidente Harry Truman (1945 a 1953) autorizou o uso das outras duas contra os japoneses. Na ocasião, os alemães já haviam se rendido aos soviéticos, mas o Império do Japão ainda resistia no Pacífico. Anos antes, o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, foi responsável pela entrada dos americanos na guerra.
A bomba, que explodiu em Hiroshima, foi apelidada de "Little Boy" e tinha a potência de 20 mil toneladas de TNT. Ela estava a bordo de um bombardeio B-29 chamado Enola Gay (em homenagem a mãe de um dos quatro tripulantes), que partiu da ilha Tinian, no Oceano Pacífico, na madrugada do dia 6 de agosto.

A terceira bomba tinha o apelido de "Fat Boy". O alvo inicial era Kokura, mas devido ao céu nublado, que impediria avaliar visualmente os danos causados, os militares optaram pela cidade de Nagazaki, que reunia a maior comunidade cristã do Japão.
As cidades destruídas eram importantes portos japoneses e centros industriais. Elas foram escolhidas por terem sido pouco atingidas pelos bombardeios dos Aliados, o que permitiria verificar melhor o potencial das novas armas.
Ninguém sabia, até então, o que era aquela bomba. Prova disso é o fato de os jornais japoneses a chamarem, nos dias seguintes, de "bomba especial" dos americanos. Somente em Hiroshima, um terço da população morreu e 90% das construções ruíram. Após os ataques, o Imperador Hiroíto aceitou a rendição do Japão, pondo fim à guerra.
Para os militares americanos, os ataques abreviaram o término da guerra e, assim, pouparam a vida de milhares de soldados e civis. Historiadores, entretanto, acreditam que a rendição japonesa era iminente e, por isso, a bomba era desnecessária. A questão, porém, ainda é muito polêmica.

Guerra Fria

A devastação das cidades japonesas mudou o curso da história. Era a primeira vez que o homem possuía tecnologia de destruição em massa, o que ameaçava a vida no planeta. No período que se seguiu, por quase 50 anos, os Estados Unidos e a União Soviética travaram uma disputa ideológica e estratégica que ficou conhecida como Guerra Fria.
O auge dos conflitos aconteceu no começo dos anos 1960, quando os russos instalaram ogivas em Cuba, a poucos quilômetros da costa americana, em represália à presença de mísseis americanos na Turquia. Os Estados Unidos fizeram uma tentativa frustrada de invasão da ilha, colocando as superpotências nos limites de uma guerra nuclear.
Apesar disso, os países investiram em arsenais atômicos mais como uma forma de dissuasão do que propriamente com a intenção de usá-los em guerras. Os Estados Unidos, que até 1949 eram a única nação a possuir uma bomba atômica, produziram armas ainda mais poderosas. Uma delas foi a bomba-H ou bomba de hidrogênio (baseada na fusão nuclear), testada em 1952 e cinco mil vezes mais potente do que a usada em Hiroshima . Mesmo assim, evitou o emprego de armamento nuclear nas guerras da Coreia (1950-1953) e do Vietnã (1959-1975).
O primeiro Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares (TNP) foi assinado em 1967 pelas cinco potências nucleares oficiais: Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra e França. Outros acordos bilaterais possibilitaram a redução do número de ogivas existentes no mundo nos anos 1970, e muitos países abandonaram programas nucleares com fins militares, incluindo a Argentina e o Brasil.
Além das bombas, havia o perigo da radioatividade. Em 28 de março de 1979, o derretimento parcial de um reator nuclear na base americana em Three Mile Island, no Estado da Pensilvânia, liberou partículas radioativas na atmosfera. O pior dos desastres ocorreu em 26 de abril de 1986, na explosão de quatro reatores em Chernobyl, na Ucrânia, contaminando boa parte da Europa Oriental.
O fim da Guerra Fria, porém, trouxe o risco de programas clandestinos em países politicamente instáveis, como o Paquistão, ou ameaçados por extremistas religiosos, como o Irã. A Coreia do Norte, que realizou testes nucleares ano passado, usa as bombas para conseguir dividendos diplomáticos e financeiros.
Hoje, teme-se uma nova corrida armamentista no Oriente Médio, uma das regiões mais conflituosas do mundo. Por isso, há uma pressão da Organização das Nações Unidas e de países árabes para que o Irã desista de seu programa nuclear e para que Israel se desfaça de seus arsenais.
De acordo com estimativas do Boletim de Cientistas Atômicos, o mundo possui hoje 23.574 artefatos nucleares, contra 32.512 em 2000. A Rússia vem em primeiro lugar, com 12.987, seguida dos Estados Unidos (9.552), França (300), Reino Unido (192) e China (176), incluindo estimativas em Israel (200), Paquistão (90), Índia (75) e Coreia do Norte (2).



Guerra do Golfo - 20 anos

Da invasão do Kuait à ocupação americana do Iraque

UOL

Há 20 anos começou a Guerra do Golfo, um dos maiores conflitos do Oriente Médio. Na madrugada do dia 2 de agosto de 1990, tropas iraquianas, sob o comando de Saddam Hussein, invadiram o vizinho Kuait, rico em petróleo. A reação da comunidade internacional foi imediata, com sanções econômicas e uma ofensiva militar - liderada pelos Estados Unidos - que arrasou o Iraque.
A guerra foi sucedida pela invasão americana do Iraque em 2003, por conta dos atentados do 11 de Setembro. A ocupação militar, que deve terminar em 2011, mudou o panorama geopolítico da região.
Causas da guerra

Depois de quase quatro séculos sob domínio do Império Otomano, o Iraque se tornou colônia do Reino Unido ao final da Primeira Guerra Mundial. O regime monárquico instaurado durou de 1921 a 1958, quando a família real foi assassinada em decorrência de um golpe de Estado.
Em julho de 1968, o Partido Socialista Árabe Baath, do líder sunita Saddam Hussein, chegou ao poder. Ele foi eleito presidente em 1979, cargo que ocuparia por 24 anos. Nesse período, o Iraque se envolveu em três guerras no Golfo Pérsico.
A primeira Guerra do Golfo foi travada contra o Irã (1980-1988) depois que a Revolução Islâmica, liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, depôs a monarquia iraniana. Durante o conflito, Saddam teve apoio militar dos Estados Unidos, que temia a influência do fundamentalismo islâmico sobre o Oriente Médio.
O governo americano, na época, ignorou o uso de armas químicas e biológicas pelas tropas iraquianas, incluindo o massacre de curdos. Mais tarde, usaria isso como justificativa para invadir o país.
Ao final da guerra, tanto o Irã quanto o Iraque estavam arruinados. A situação econômica do Iraque foi ainda agravada pela queda do preço do petróleo nos anos 1980 - o país é o 10º no ranking de produtores e 11º no de exportadores de petróleo no mundo. Além disso, estava endividado, ao contrário do vizinho Kuait (13º produtor e 6º exportador mundial do minério), que explorava as jazidas existentes nas proximidades da fronteira iraquiana.
Nesse contexto, a invasão do Kuait teve razões econômicas e territoriais. O governo do Iraque acusava o vizinho de provocar a queda do preço do petróleo ao vender mais do que a cota permitida pela Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP). Saddam também queria que o Kuait perdoasse uma dívida contraída durante a Guerra Irã-Iraque e cobrava uma indenização de US$ 2,4 bilhões por suposta exploração ilegal em campos petrolíferos iraquianos.
Outro motivo foi a divisão da fronteira entre os dois países, assunto de controvérsias desde o fim do Império Otomano, quando o Reino Unido demarcou os territórios. O governo iraquiano alegava que, antes da colonização inglesa, o Kuait pertencia à província de Basra, localizada ao sul do país.
Invasão

Ao invadir o Kuait, em 2 de agosto de 1990, dando início à segunda Guerra do Golfo, Saddam subestimou a reação da comunidade internacional e do governo americano, seu antigo aliado na guerra contra o Irã.
Para Saddam, a guerra era uma forma de sanar as finanças do país e adquirir poder no mundo árabe. Para os Estados Unidos, era a oportunidade de ocupar militarmente a região e garantir o domínio sobre parte do petróleo árabe.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a invasão e aprovou uma resolução que impunha sanções econômicas ao Iraque. Ao mesmo tempo, a Liga Árabe iniciou as negociações para tentar resolver o conflito por meio da diplomacia, sem alcançar sucesso.
Em 28 de agosto, o governo iraquiano anexou o Kuait como sua 19ª província. No dia seguinte, a ONU deu um ultimato: até o dia 15 de janeiro de 1991 as tropas deveriam se retirar; caso isso não ocorresse, haveria ofensiva militar. Para cumprir esse ultimato, formou-se uma coalizão de 34 países liderados pelos Estados Unidos: entre eles, Reino Unido, França, Arábia Saudita, Egito e Síria. Um contingente de 750 mil soldados foi mobilizado contra 200 mil soldados iraquianos.
No dia 17 de janeiro de 1991 começou o ataque aéreo contra Bagdá, capital iraquiana. Entre os dias 25 e 28 de fevereiro foi desencadeada a "Operação Tempestade no Deserto", com forças da ONU comandadas pelo general americano Norman Schwarzkopf.
Os bombardeios eram acompanhados pela TV em todo o mundo. Na chamada "guerra cirúrgica", mísseis "inteligentes" atingiam alvos militares e a infraestrutura de Bagdá. Ao término da operação, os soldados iraquianos foram expulsos do Kuait e Bagdá aprovou o cessar-fogo no dia 3 de março.
Consequências

A família real do Kuait, que havia deixado o país antes da invasão, retornou após o fim do conflito. Cerca de mil civis morreram na guerra e outros 300 mil deixaram o país. O Exército iraquiano também danificou 737 poços de petróleo, provocando danos ambientais em toda região do Golfo Pérsico. O Kuait levou mais de dois anos para reparar os danos causados à sua indústria petrolífera.
No Iraque, a guerra deixou 3.664 civis mortos - e o país ficou em ruínas. Para piorar, durante os anos 1990 foram impostas sanções comerciais e financeiras, a fim de que o governo desmantelasse sua indústria bélica e pagasse indenizações de guerra, o que impediu a reconstrução do país.
Em 20 de março de 2003, os Estados Unidos invadiram o Iraque com apoio do Reino Unido. O governo de George W. Bush acusou Saddam de ligação com os atentados de 11 de Setembro e de possuir armas de destruição em massa, fatos que nunca foram comprovados. Segundo especialistas, o real motivo da guerra seria garantir o controle das reservas de petróleo.
O ditador iraquiano foi deposto, capturado ao final de 2003 e condenado à morte em dezembro de 2006. Para os Estados Unidos, contudo, foi apenas o começo de uma das guerras mais longas, caras e mortíferas de sua história, só perdendo para o conflito do Vietnã.
A guerra do Iraque já custou US$ 736 bilhões aos cofres americanos (contra US$ 286 bilhões gastos no Afeganistão) e deixou um saldo de 4.731 soldados mortos, sendo 4.413 americanos (contra um total de 1.968 mortos, sendo 1.207 americanos, no Afeganistão).
A morte de americanos em atentados terroristas em Bagdá e os escândalos decorrentes de abusos cometidos contra presos iraquianos na prisão de Abu Ghraib tiveram repercussão interna e mancharam a imagem da Casa Branca.
Por isso, com a eleição de Barack Obama para a presidência da República em 2009, a estratégia foi mudada. Ele prometeu retirar a maior parte dos combatentes até 31 de agosto de 2010. Hoje, existem aproximadamente 85 mil soldados americanos no Iraque. Metade do contingente deve permanecer e ser removido gradualmente até 31 de dezembro de 2011. Depois disso, o Iraque conquistará de novo sua independência.


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Roberto Santos

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Notícias

Reunião da Unasul sobre crise entre Colômbia e Venezuela termina sem consenso

da BBC Brasil

Depois de mais de cinco horas de tenso debate, os chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-americanas) não chegaram a um consenso sobre a criação de mecanismos para conter a crise entre a Colômbia e Venezuela e decidiram deixar nas mãos dos presidentes do bloco sul-americano a tarefa de reaproximar os dois países.

Após troca de acusações entre Colômbia e Venezuela, os chanceleres do bloco passaram a debater um acordo proposto pelo Brasil, que contemplava "o compromisso de manter a América do Sul como zona de paz, de resolver diferenças por meios pacíficos" e a promessa de "lutar contra grupos ilegais, em especial os que são vinculados ao narcotráfico", dizia o acordo, segundo informações da chancelaria da Venezuela.

Ao final do encontro, à portas fechadas, não houve unanimidade sobre a proposta e a reunião terminou sem uma declaração final.

BRASIL

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse à BBC Brasil que a reunião serviu para "baixar a temperatura" do conflito, ao mesmo tempo que admitiu que os países não chegaram a um acordo porque ainda havia tensão entre Colômbia e Venezuela.

"Os chanceleres precisavam fazer muitas consultas, os ânimos estavam ainda um pouco quentes, mas o importante é que conseguimos baixar a temperatura", afirmou Garcia, que substituiu o chanceler Celso Amorim no encontro.

Para o chanceler equatoriano Ricardo Patiño, a reunião significou um "avanço" na mediação da crise.

"O fato de que os chanceleres da Venezuela e Colômbia estejam aqui sentados, nos alegra muito", afirmou Patiño, em entrevista coletiva, ao final da reunião.

Falando em nome do Equador, que preside temporariamente o bloco sul-americano, Patiño disse que a maioria dos chanceleres concordaram em reiterar o o princípio da não-agressão entre os países e da inviolabilidade territorial.

" (Os países da) Unasul reiteram seu compromisso, um compromisso definitivo, de construir as condições para que a paz possa reinar na região", afirmou.

Antes mesmo de começar a reunião, o chanceler colombiano já havia dito não ter "expectativas" de um acordo, antecipando que não haveria consenso.

ACORDO DE PAZ

O chanceler venezuelano Nicolás Maduro deu início à reunião afirmando ter conhecimento de um plano militar da Colômbia para invadir a Venezuela antes do final do mandato de Álvaro Uribe, que deve entregar o poder dia 7 de agosto.

O chanceler colombiano, Jaime Bermudez, rebateu as acusações, ao afirmar que seu governo "não considera, nem considerará nenhuma agressão contra a Venezuela", disse Bermudez, de acordo com informação do jornal colombiano El Tiempo.

Durante a reunião, a Colômbia reiterou as acusações contra a Venezuela, e voltou a apresentar as fotos e as coordenadas de supostos acampamentos guerrilheiros na Venezuela.

Maduro rebateu as criticas, ao afirmar que "antes da Revolução, as Farc tinham um escritório em Miraflores (sede do governo) e o presidente (Hugo) Chávez acabou com isso".

O chanceler venezuelano Maduro apresentou as linhas gerais sobre o "plano de paz" para a Colômbia que prevê a observação da região para uma saída negociada do conflito armado colombiano.

"Começa a florescer uma posição de paz para a região e a corrente para impulsar um plano de paz para a Colômbia", afirmou Maduro, em entrevista coletiva no final da reunião.

Maduro disse que a Unasul começará a trabalhar em uma proposta de resolução para o conflito colombiano durante a reunião de Cúpula dos chefes de Estado do bloco.

"Chamamos a todos os homens e mulheres, lideres políticos, movimentos sociais, a que assumam que chegou o momento de construir a paz, na Colômbia e na América Latina".

Maduro acusou o governo colombiano de estar "obcecado pela guerra".

PRESIDENTES

A crise entre Colômbia e Venezuela deverá ser tema de debate de uma reunião extraordinária de presidentes da Unasul que deverá ocorrer logo depois que Juan Manuel Santos assumir a Presidência da Colômbia.

O conflito binacional teve início há uma semana, quando Bogotá apresentou ao Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) supostas provas sobre a presença de guerrilheiros das Farc e do ELN na Venezuela.

Em seguida, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, qualificou de mentirosas as acusações e rompeu relações diplomáticas com a Colômbia.

Para Chávez, as acusações são parte de uma "desculpa" para justificar uma intervenção armada da Colômbia em seu país, que a seu ver, conta com o apoio dos Estados Unidos. 
 
 

Venezuela diz que Estado colombiano cria guerra interna e ameaça vizinhos

Folha


DA FRANCE PRESSE, EM QUITO

O chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira em Quito (Equador) que o Estado colombiano é responsável pela guerra interna que enfrenta há seis décadas e acusou-o de ser uma ameaça a seus vizinhos.

"O Estado colombiano só gera guerra interna, ameaças a seus vizinhos e abandona seu território", declarou Maduro ao entrar na sede da chancelaria equatoriana para uma reunião ministerial da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), que analisa a crise diplomática entre Caracas e Bogotá.

A crise entre os dois países se intensificou depois que a Colômbia levou à OEA (Organização dos Estados Americanos) denúncias a Venezuela abriga guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional). As acusações levaram o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a romper relações diplomáticas com Bogotá.

Maduro disse que "verificamos que o governo da Colômbia agride permanentemente a seus vizinhos". Também assegurou que a Colômbia pratica "uma doutrina de guerra e violadora do direito internacional".

"Nós exercemos plena soberania sobre os 2.219 km de fronteira com a Colômbia", disse Maduro. "Viemos propor um conjunto de ideias para retomar o caminho da paz, dado que a última guerra que resta em nosso continente é na Colômbia."

REUNIÃO

O Brasil não tem expectativa nenhuma do encontro desta quinta-feira em Quito, no Equador. Brasília que vê a reunião de chanceleres como mera estratégia para ganhar tempo até a posse de Santos, informa a colunista da Folha de S. Paulo, Eliane Cantanhêde.

Desde a crise gerada há uma semana pelo rompimento das relações bilaterais pela Venezuela, o Brasil aposta em adiar a mediação até a posse de Santos, que apesar de ser o candidato de Uribe, promete reconciliação com Caracas.

O Brasil será representado na reunião de hoje em Quito pelo secretário-geral do Itamaraty, embaixador Antônio Patriota, que se preparava ontem para ouvir mais e interferir menos, a não ser para, eventualmente, apagar incêndios.

A reunião estava prevista para começar às 15h local (17h em Brasília).

Em Bogotá, o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, disse hoje que não tem grandes expectativas com relação à reunião de Quito, onde insistirá na necessidade de criar um 'mecanismo eficaz' para que a Venezuela colabore na luta contra as guerrilhas. 
 
 

União de Nações Sul-americanas debate crise Venezuela-Colômbia; entenda o caso

Folha

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira que rompeu relações com a Colômbia, diante das acusações de que seu país abriga 87 acampamentos com ao menos 1.500 guerrilheiros colombianos.

Há tempos o presidente colombiano, Alvaro Uribe, acusa países da região de servirem de abrigo para chefes das guerrilhas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e Exército de Libertação Nacional (ELN).

Entenda a recente crise entre os dois países:

28 de julho de 2009

-- A Venezuela "congela" todas as relações diplomáticas e comerciais com a Colômbia, em protesto contra um acordo militar entre Bogotá e Washington que permite aos Estados Unidos utilizar bases militares colombianas. Chávez criticou o acordo como uma ameaça à sua soberania, alegando que os EUA se preparavam para invadir o país.

A decisão foi motivada ainda por declarações de Uribe de que várias armas que a Suécia "vendeu à Venezuela apareceram nas mãos" das Farc.

8 de novembro de 2009

-- Chávez pede aos venezuelanos que se preparem para a guerra

13 de novembro de 2009

-- Colômbia entrega à OEA uma carta protesto pelas ameaças bélicas da Venezuela.

25 de novembro de 2009

Venezuela entrega à OEA um documento no qual qualifica o pacto militar dos EUA como "uma ameaça de guerra".

2 de dezembro de 2009

-- Uribe denuncia que a Venezuela mantém um "embargo ilegal" contra o seu país.

22 de fevereiro de 2010

-- Uribe e Chávez batem boca durante a Cúpula do Grupo do Rio, no México.

31 de março de 2010

-- Oito colombianos são detidos na Venezuela e acusados de espionagem.

15 de julho de 2010

--A acusação ganhou novo tom quando Uribe, a semanas do fim de mandato, informou ter evidências, fotos e vídeos, da presença de líderes dos dois grupos no território venezuelano e as divulgou à imprensa.

Segundo um comunicado divulgado por Bogotá, os líderes seriam Ivan Marquez; Rodrigo Granda, conhecido como Ricardo; Timoleón Jiménez, conhecido como Timochenko; e Germán Briceño, conhecido como Grannobles (das Farc); assim como Carlos Marín Guarín, conhecido como Pablito (do ELN).

16 de julho de 2010

-- O governo venezuelano alegou que Uribe "tenta destruir" as relações bilaterais, em um esforço que "empreendeu com doentia obsessão nos últimos anos".

-- No mesmo dia, Caracas convocou seu embaixador em Bogotá, Gustavo Márquez, como resposta às "agressões" colombianas.

-- Horas depois, a Colômbia decide pedir 'o mais breve possível" uma sessão extraordinária da OEA para discutir as suas provas, alegando que já havia feito inúmeros esforços fracassados para a solução do problema por meio do diálogo direto com a Venezuela e com o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.

20 de julho de 2010

-- Uribe aproveita seu última discurso como presidente para alertar que 'não pode haver criminosos envolvidos" nas relações com as nações vizinhas. Do outro lado, Chávez brada que Uribe é um mafioso e que está desesperado diante do fim de seu mandato (o seu sucessor, Juan Manuel Santos, ensaiava uma aproximação com Caracas).

21 de julho de 2010

-- Na noite de quarta-feira, horas antes da reunião da OEA, o governo colombiano chamou a consultas a embaixadora de seu país em Caracas, María Luisa Chiappe.

22 de julho de 2010

-- Diante dos países membros da OEA, o embaixador da Colômbia no órgão, Luis Alfonso Hoyos, apresenta vídeos, fotos e testemunhos que provariam que há 87 acampamentos das duas guerrilhas em solo venezuelano e pede que organismos internacionais confirmem as acusações.

-- O embaixador venezuelano na OEA, Roy Chaderton, alega que as fotos aéreas mostradas como provas foram tiradas em território colombiano e afirma que Uribe é guiado pelos EUA.

-- Pouco tempo depois, Chávez aparece em TV nacional ao lado do técnico da seleção de futebol argentina, Diego Maradona, para anunciar o rompimento das relações. Ele afirma ainda que colocou as fronteiras em alerta máximo e que os venezuelanos são "capazes de morrer defendendo nossa verdade e a dignidade deste país". A Venezuela dá 72 horas para os diplomatas colombianos deixarem o país.

-- O presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que tomará posse no próximo dia 7, não quis se pronunciar sobre o caso. Seu vice, Angelino Garzón, disse que o novo governo fará "todo possível" para restabelecer as relações diplomáticas com a Venezuela.

-- O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, criticou o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e culpou a instituição pela crise diplomática.

23 de julho de 2010

-- O embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chaderton, reconheceu que há guerrilheiros colombianos no país, mas negou apoio aos rebeldes e afirmou que as Forças Armadas venezuelanas não apenas combatem a guerrilha, como já entregaram membros capturados à Colômbia.

-- Colômbia estimou perdas diárias de até US$ 2,4 milhões por crise com Venezuela.

-- As conferências episcopais de Colômbia e Venezuela expressaram confiança em poder contribuir para melhorar os laços entre os dois países.

-- O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, se defendeu das críticas do Equador ao assegurar que fez o máximo possível para evitar a reunião da entidade que culminou na ruptura das relações diplomáticas entre Colômbia e Venezuela.

-- Lula disse estranhar a atitude do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de denunciar a Venezuela há poucos dias de encerrar seu mandato.

-- O Equador, que exerce a presidência da Unasul, anunciou uma reunião extraordinária de chanceleres do organismo em Quito, atendendo a um pedido de Caracas.

25 de julho de 2010

-- Chávez diz que quer sinais claros da Colômbia para retomar relações.

-- Chávez suspende viagem a Cuba por temor de "agressão" da Colômbia.

-- O ministro de Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou neste domingo (25) que seu país apresentará uma proposta de paz à Colômbia na reunião de chanceleres da Unasul.

26 de julho de 2010

-- EUA negam possibilidade de ação militar contra a Venezuela.

-- Em busca de apoio regional, chanceler venezuelano faz um giro por países da América Latina. Ele se reúne com Lula para discutir "uma proposta de paz" entre seu país e a Colômbia.

-- Na ONU, Venezuela se compara ao Iraque, e acusa Colômbia e EUA de preparar guerra.

27 de julho de 2010

-- Chávez envia mais soldados para reforçar fronteira com Colômbia.

-- Chanceler venezuelano insiste em retificação de novo governo da Colômbia.

-- O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, rejeitou a possibilidade de trazer atores internacionais para o processo de paz com a guerrilha Farc, pois isso daria "oxigênio" aos rebeldes.

-- O chanceler colombiano na Unasul, Jaime Bermúdez, recusou de antemão um "plano de paz" que Caracas levará à reunião de chanceleres da Unasul.

28 de julho de 2010

-- Lula pediu "paciência", e disse acreditar em um acordo entre os dois países.

-- O assessor da Presidência brasileira para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que o Brasil buscará convencer Colômbia e Venezuela a "esfriarem a crise" até a posse do novo presidente colombiano, em 7 de agosto.

-- Ao concluir na Bolívia uma viagem por seis países sul-americanos, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, acusou o presidente da Colômbia de "dinamitar" o futuro diálogo.

29 de julho de 2010

-- Unasul diz que estudará criar comissão para acompanhar crise Colômbia-Venezuela.

-- O presidente colombiano, Álvaro Uribe, disse que "deplora" a referência de Lula à crise de seu país com a Venezuela como "um caso de assuntos pessoais".

-- Lula diz que prefere não comentar a crítica de Uribe. 
 
 
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Roberto Santos

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Atualidades

Cuba liberta presos políticos

Fonte: UOL
 
Pressionada por autoridades internacionais, a ditadura cubana decidiu libertar 52 presos políticos no período entre julho e outubro de 2010. O primeiro grupo, composto por 11 dissidentes e seus familiares, chegou à Espanha entre os dias 12 e 15 de julho, onde os exilados foram recebidos como imigrantes comuns.

De acordo com dados da Comissão Cubana de Direitos Humanos, órgão independente que não é reconhecido pelo governo comandado pelo ditador Raúl Castro, a ilha possui 167 presos políticos, o menor número desde a Revolução Cubana, em 1959. Portanto, se todos os 52 forem soltos, restarão ainda 115 pessoas encarceradas por crimes de consciência.

Desde 1998, quando 101 presos foram postos em liberdade, por ocasião da visita do papa João Paulo 2º, não se libertava em Cuba um grupo tão numeroso.

O anúncio da libertação foi feito em 7 de julho, pelo Arcebispado de Havana. As negociações com o governo foram intermediadas pelo cardeal Jaime Ortega e pelo ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Miguel Ángel Moratinos.

Todos os presos beneficiados com a medida fazem parte do "Grupo dos 75", constituído por 75 dissidentes presos em março de 2003 durante a "Primavera Negra", como ficou conhecido um dos muitos períodos de severa repressão. Eles foram processados por atividades subversivas e condenados a penas que variam de 14 a 27 anos de prisão. Alguns deles já haviam sido libertados por apresentarem graves problemas de saúde.

Greve de fome
 
A pressão internacional começou após a morte de Orlando Zapata Tamayo, ocorrida no dia 23 de fevereiro de 2010, após 85 dias em greve de fome. Zapata tinha 42 anos e era um dos mais importantes dissidentes políticos do "Grupo dos 75". Ele jejuava em protesto contra as condições desumanas dos cárceres de Havana.

No dia seguinte à morte de Zapata, outro detento, Guillermo Fariñas, iniciou greve de fome em homenagem ao companheiro e para pedir a libertação de outros 26 presos políticos que estavam doentes. À época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita oficial a Cuba, foi criticado por não se solidarizar com os ativistas e por compará-los a presos comuns.

Fariñas interrompeu o jejum de alimentos sólidos e líquidos, mantido por 134 dias, depois que o presidente Raúl Castro se comprometeu a soltar os 52 presos. Mesmo assim, de acordo com os médicos que o acompanham, ele corre risco de morrer em decorrência de complicações associadas ao período de abstinência. "O primeiro gole de água que deu depois de tanto tempo provocou em seu ressecado esôfago a sensação de uma língua de fogo que o queimava por dentro", disse Yoani Sánchez em seu blog, o Generatión Y (ver livro indicado abaixo).

Adversário histórico
 
O governo dos Estados Unidos, histórico opositor do regime castrista, aprovou a operação que beneficia cubanos reconhecidos como presos de consciência pela Anistia Internacional. Segundo Philip Crowley, porta-voz do Departamento de Estado americano, foi um "acontecimento positivo" e "um avanço para um respeito maior aos direitos humanos e às liberdades fundamentais em Cuba".

A imprensa internacional, porém, foi cética quando a uma eventual abertura do regime comunista, em vigor desde que Fidel Castro, Che Guevara e o Exército Rebelde tomaram a capital em 1º de janeiro de 1959, depondo o ditador Fulgencio Batista.

Em abril de 1961, os Estados Unidos fizeram uma tentativa frustrada de invasão na Baía dos Porcos, em Cuba, aumentando a tensão com a antiga União Soviética. O episódio foi um dos mais emblemáticos da Guerra Fria (1945-1989). Nas décadas seguintes, Washington impôs um embargo comercial à ilha, cujo regime comunista resistiu até mesmo ao esfacelamento da União Soviética e à abertura econômica na China.

Fidel deixou a presidência em 2006, passando o cargo a seu irmão, Raúl Castro. Os diálogos visando a suspensão do bloqueio foram retomados com a chegada de Barack Obama à Casa Branca. Os americanos exigem, como contrapartida ao fim do embargo, avanços na área de direitos humanos.

Próximos da lista
 
Os 11 presos que chegaram à Espanha fazem parte de uma primeira leva de 20 dissidentes que foram autorizados a deixar o país. Outros seis cubanos consultados pela Igreja Católica decidiram permanecer em Cuba após serem soltos. O governo cubano, contudo, não ofereceu garantias de que eles não sofrerão represálias.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Espanha, os exilados não receberam status de asilados políticos para que possam trabalhar no país. Outros ativistas, que continuam em Cuba, acreditam que essas medidas sejam os primeiros passos para reformas políticas. 
 

Maior genocídio do pós-guerra completa 15 anos

Fonte: UOL
 
Há 15 anos aconteceu na cidade de Srebrenica, na antiga Iugoslávia, o maior massacre cometido na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Em apenas uma semana, entre os dias 11 e 15 de julho de 1995, 8.373 bósnios muçulmanos foram mortos por tropas sérvias.

Os crimes foram cometidos durante a Guerra da Bósnia (1992-1995), iniciada após a queda do regime comunista na antiga Iugoslávia. Até hoje os corpos das vítimas, exumados de valas comuns, são identificados por meio de análises de DNA. O general Ratko Mladic, um dos responsáveis pelo massacre, continua foragido.

A região dos Bálcãs, onde ocorreram os conflitos, é marcada por histórias de invasões estrangeiras e disputas de cunho étnico, religioso e nacionalista. Nesse contexto, desavenças políticas, combinadas com a ineficiência da comunidade internacional na mediação da guerra, compuseram o palco para o genocídio.

A Guerra da Bósnia teve ampla cobertura da imprensa internacional e mostrou cenas semelhantes ao holocausto dos judeus na Alemanha nazista: cidades sitiadas, campos de concentração, mortes em massa e posteriores julgamentos dos criminosos no Tribunal Internacional de Haia.


Antecedentes
 
Durante 500 anos, os Bálcãs foram dominados pelo Império Turco-Otomano. Com a assinatura do Tratado de Berlim de 1878, Romênia, Sérvia e Montenegro se tornaram independentes e foi criado o principado da Bulgária.

No começo do século 20, eclodiram lutas por independência. Em 1914, Franz Ferdinand, herdeiro do Império Austro-Húngaro, foi assassinado junto com sua mulher por um extremista sérvio-bósnio em Sarajevo. A Áustria declarou guerra à Sérvia, dando início à Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Após a guerra, surgiram os Reinos dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (incluindo a Bósnia-Herzegóvina), unificados sob o nome de Iugoslávia (que significa "terra dos eslavos do sul") pelo príncipe regente Alexandre Karadjordjevic.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas invadiram a Bósnia, fragmentando novamente o território. Ao final da guerra, com a derrota do Eixo, a Iugoslávia, sob o governo comunista de Josip Broz Tito, se torna uma federação que reúne seis repúblicas - Croácia, Eslovênia, Macedônia, Montenegro, Sérvia e Bósnia-Herzegóvina.

A queda do Muro de Berlim, em 1989, desencadeia o colapso dos Estados comunistas no Leste Europeu, entre eles a Iugoslávia. Do mesmo modo como aconteceu em outros países, a ditadura que mantinha a aliança multinacional não foi sucedida por uma democracia ou pela formação de um Estado civil. Pelo contrário, fez reacender antigas dissensões entre identidades regionais, étnicas e religiosas, em grupos que se mobilizaram politicamente para defender seus territórios.

Apesar de viverem em comunidades diferentes, bósnios muçulmanos, sérvios ortodoxos e croatas católicos compartilhavam não somente origens históricas e geográficas, mas também um modo de vida. No entanto, com a desestabilização política do país, grupos nacionalistas catalisaram as diferenças existentes, utilizando-as para promover os massacres que se seguiram.

Em 1991, a população da Bósnia era composta por 43,7% de muçulmanos, 31,4% de sérvios e 17,3% de croatas. Em Srebrenica, a população era de maioria muçulmana (72,9%), contra uma minoria sérvia (25,2%) e poucos croatas (0,1%). No mesmo ano, Eslovênia e Croácia declararam independência, seguidas pela Bósnia. Os sérvios, porém, não aceitaram o Estado da Bósnia e, liderados por Radovan Karadzic, ocuparam 70% do país e deram início a uma campanha de "limpeza étnica" para formar a República Sérvia.

Genocídio
 
Para fugir da guerra, milhares de bósnios se refugiaram em cidades como Srebrenica, que se tornou um enclave muçulmano. Na tentativa de prevenir crimes de genocídio, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, em 16 de abril de 1993, a Resolução 819, por meio da qual a cidade de Srebrenica (e seus arredores) foi considerada Área de Segurança, onde não poderiam ocorrer mais ataques.

A segurança da população ficou a cargo de soldados holandeses da Unprofor (Forças de Proteção das Nações Unidas) e os bósnios foram desarmados. Os holandeses, contudo, não puderam conter a ofensiva sérvia.

Assim, quase dois anos depois, no começo de julho de 1995, Srebrenica foi recapturada pelos sérvios depois de renderem a base da ONU. Os bósnios pediram a devolução de suas armas para combater os sérvios e não foram atendidos. O comando holandês, por sua vez, solicitou reforço aéreo à ONU, porém os soldados foram feitos reféns para evitar bombardeios.

No dia 11 de julho, o líder servo-bósnio Ratko Mladic entrou na cidade, consolidando a conquista. A capital Sarajevo resistiu por quatro anos ao cerco, considerado o mais duradouro na história moderna.

Os muçulmanos foram feitos prisioneiros e separados em dois grupos: cerca de 23 mil mulheres e crianças foram deportadas para territórios muçulmanos, enquanto homens e adolescentes foram detidos em armazéns e caminhões. Em seguida, os homens foram enfileirados e executados por soldados sérvios e grupos paramilitares. Os corpos foram enterrados em valas comuns.

Após o massacre, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) bombardeou as posições sérvias. Os Estados Unidos pressionaram os líderes bósnios, sérvios e croatas para um acordo de paz, que saiu em 21 de novembro 1995. O Acordo Dayton (chamado assim por ter sido assinado na Base Aérea de Dayton, no estado americano de Ohio) reconheceu dois Estados autônomos: a República Sérvia da Bósnia e a Federação da Bósnia-Herzegóvina ou Federação Muçulmano-croata. Mas já era tarde demais: o genocídio havia "limpado" territórios antes compartilhados por ambas as culturas.

Julgamentos
 
O massacre de Srebrenica foi oficialmente reconhecido em 2004 pelo Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, nos Países Baixos. A Corte também começou a julgar os responsáveis pelo crime.

Radovan Karadzic foi preso em 22 de julho de 2008 e está sendo julgado pelo Tribunal de Haia por crimes de guerra. Outras 21 pessoas foram indiciadas e algumas condenadas a penas superiores a 30 anos ou prisão perpétua.

O presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic, morreu na cela, em 11 de março de 2006, enquanto era julgado. O general Ratko Mladic foi indiciado mas até hoje não foi preso.

Em 2003, foi inaugurado o Memorial Cemitério de Potocari, em Srebrenica, onde foram sepultadas mais de 5 mil vítimas do massacre que puderam ser identificadas por peritos da Comissão Internacional de Pessoas Desaparecidas (ICMP). Os corpos foram descobertos em mais de 70 valas. Em março de 2010, o Parlamento Sérvio pediu desculpas às famílias das vítimas. 
 

Eleições renovam esperança de futuro sem guerrilhas

Fonte: UOL

No dia 20 de junho de 2010, os colombianos foram às urnas para escolher o substituto do presidente Álvaro Uribe Vélez. A despeito de quem irá ocupar o cargo, as políticas mais duras contra o narcotráfico saem vencedoras no país.

O candidato governista Juan Manuel Santos, ex-ministro da Defesa, lidera a disputa contra o candidato do Partido Verde, Antanas Mockus, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. No primeiro turno, realizado em 30 de maio, Santos obteve 46,6% dos votos e Mockus, 21,5%.

Esse quadro eleitoral pode ser explicado pela relação do poder político com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), organização terrorista de linha comunista que surgiu em 1964, inspirada na Revolução Cubana. A partir dos anos 1980, o grupo passou a controlar a produção e o comércio de cocaína na Colômbia. Estima-se que, de 1980 até o começo deste século, três milhões de colombianos tenham sido deslocados de suas regiões por conta da guerra contra o tráfico.

Outra fonte de financiamento dos guerrilheiros é o sequestro. O caso mais famoso é o da candidata presidencial e senadora Ingrid Betancourt, resgatada em 2 de julho de 2008, depois de seis anos em cativeiro na selva colombiana, junto com outras 14 pessoas.

Quando Uribe assumiu a presidência, em 2002, adotou uma política "linha dura" contra os militantes das Farc, do Exército de Libertação Nacional (ELN) - o segundo maior grupo guerrilheiro do país - e de grupos paramilitares.

A medida foi empregada depois que seu antecessor no cargo, o presidente Andrés Pastrana Arango, falhou ao tentar fazer um acordo de paz com a guerrilha. Em novembro de 1998, Pastrana concedeu uma área do tamanho da Suíça para as Farc, como um gesto de confiança. Porém, os guerrilheiros continuaram os ataques e aumentaram a produção de cocaína, além de estabelecer um poder paralelo na região.

Mudanças na área de segurança pública foram decisivas para a eleição e, depois, reeleição de Uribe. Ele venceu a oposição com a promessa de desmantelar o poderio militar dos narcoterroristas.

Tensão na fronteira
 
A repressão contou com apoio financeiro e militar dos Estados Unidos, aliança que rendeu a Uribe uma posição de antagonismo político em relação aos governos da Venezuela e do Equador, vizinhos alinhados à esquerda.

Durante a crise das bases militares, o governo venezuelano "congelou" as relações comerciais com a Colômbia, agravando a crise econômica que afetava os colombianos. A razão disso foi a intenção de Uribe de ampliar a presença de tropas americanas em bases nas fronteiras, com o motivo alegado de combater o tráfico.

Acusações do envolvimento do presidente Hugo Chávez com as Farc (baseadas na apreensão de armamento venezuelano com os guerrilheiros) também afetaram as relações diplomáticas entre ambas as nações.

Um ataque ao acampamento das Farc no Equador, em março de 2008, foi outro episódio que acarretou uma crise política entre Colômbia, Equador e Venezuela. A ação, no entanto, resultou na morte de Raúl Reyes, o segundo no comando das Farc. Outras operações também contribuíram para o prestígio do presidente colombiano e de seu candidato, entre elas a libertação de Ingrid Betancourt. Soma-se a isso o saldo positivo da estratégia de repressão. Os índices de homicídios caíram de 66 para cada grupo de 100 mil habitantes, em 2002, para 32 em 2009. Os sequestros passaram de 2.882, no ano em que Uribe foi eleito, para 86 em 2009, segundo dados oficiais.

Ao mesmo tempo, o Produto Interno Bruto (PIB) passou de US$ 232 para US$ 500 bilhões (o terceiro maior da América do Sul) em quase oito anos.

Como a casa em ordem, Uribe terminou o mandato com 70% de aprovação e tentou se candidatar para um terceiro mandato. A Justiça colombiana, no entanto, impediu sua candidatura com base na Constituição de 1991, que limita o mandato a oito anos consecutivos.

A primeira eleição sem a sombra das Farc, depois de 40 anos de conflitos, teve um peso na campanha: todos os candidatos prometeram dar continuidade à política de segurança - e o herdeiro político de Uribe é o primeiro colocado nas pesquisas.

Corrupção
 
Mas o mesmo trunfo do presidente alimentou a oposição, tornando um candidato antes sem expressão uma força nas urnas. Isso ocorreu por dois motivos. Primeiro, um escândalo conhecido como "falsos positivos". Em 2008, militares atraíam desempregados para a selva e os executavam, para depois identificar os corpos como de terroristas mortos. Assim, eles insuflavam artificialmente as estatísticas favoráveis ao governo e recebiam recompensa por supostos guerrilheiros mortos. Um grupo de 62 promotores investiga cerca de 2 mil mortes suspeitas.

O escândalo levou à destituição de 40 militares, incluindo três generais. E, como o conservador Juan Manuel Santos foi ministro da Defesa, ele agora é questionado pelos assassinatos cometidos pelo Exército colombiano.

Durante o segundo mandato de Uribe, um escândalo atingiu o alto escalão do Exército e parcela (um terço) do Congresso colombiano, incluindo aliados do presidente. Os políticos e militares foram acusados de envolvimento com narcotraficantes e paramilitares. Políticos foram presos entre 2006 e 2007 e até mesmo um senador, primo do presidente, foi investigado.

O segundo motivo desfavorável ao candidato da situação é que o combate ao narcoterrorismo, principal sucesso do governo, deixou de ser prioritário para a maioria dos colombianos. Os eleitores estão mais preocupados com questões sociais, como, por exemplo, o desemprego, que atinge 12% da população, uma das maiores taxas da América Latina (no Brasil, o índice é de 7%), segundo dados do Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE). Outra preocupação é o precário sistema de saúde na Colômbia.

Esses fatores deram força para a campanha de Mockus, que em março tinha apenas 9% das intenções de voto e, depois, chegou a um empate técnico com o rival. Com um discurso contra a corrupção e focado na educação, ele acabou surgindo como o candidato que representa um avanço em direção ao futuro sem as Farc. Principalmente para jovens eleitores, que o apoiam em redes sociais como Twitter e Facebook.

Mockus foi um prefeito popular da capital Bogotá e ficou conhecido por ações extravagantes, como trocar guardas de trânsito por mímicos que advertiam os motoristas com cartões vermelhos e amarelos. O problema é que seu partido tem apenas 5% das cadeiras do Senado e 1% da Câmara dos Deputados. Caso seja eleito, terá de fazer alianças políticas com adversários. 

 



Ataque à "Flotilha da Liberdade" isola Israel

Fonte: UOL

Na história dos conflitos no Oriente Médio, saber qual lado está com a razão, se palestinos ou israelenses, sempre envolveu um complexo dilema moral. Nos últimos anos, porém, as respostas violentas do Estado israelense às ofensivas dos terroristas islâmicos fizeram parcela da opinião pública deixar de ver Israel como um oásis de democracia numa região de teocracias (o que, de fato, Israel é) para transformar o país apenas no algoz de 1,5 milhão de palestinos confinados na Faixa de Gaza.

O desastrado ataque a uma flotilha (frota de navios de pequeno porte) no dia 31 de maio de 2010 só serviu para dar mais força a essa visão. Nove civis foram mortos a bordo do Mavi Marmara, navio de bandeira turca. A chamada "Flotilha da Liberdade", formada por seis embarcações, levava, supostamente, 10 mil toneladas de ajuda humanitária para a população de Gaza.

Os ativistas tentavam furar o bloqueio ao território palestino, imposto por Israel e Egito depois que o grupo terrorista Hamas passou a controlar a Faixa de Gaza, em 2007. Entre os passageiros estavam políticos, jornalistas, religiosos e uma cineasta brasileira.

Os militares interceptaram o comboio em águas internacionais, a 52 quilômetros da costa de Israel, após os navios terem ignorado ordens para atracarem no porto israelense de Ashdode, a fim de terem a carga inspecionada, antes de seguir viagem.

De acordo com a versão oficial, soldados desceram por meio de cordas de helicópteros no convés e foram atacados por ativistas armados de paus, barras de ferro e facas. Um segundo grupo pediu permissão para usar armas de fogo, foi autorizado e atirou contra os ocupantes do navio. Vídeos feitos pelos israelenses mostram soldados sendo agredidos pela tripulação, mas não a reação dos militares.

O bloqueio marítimo, quando justificado, é legitimado por leis de direito internacional. Entretanto, como a flotilha foi interceptada em águas internacionais, a ação pode ter sido ilegal do ponto de vista jurídico.

A flotilha era liderada pelo grupo pró-palestinos Movimento Gaza Livre e pela organização turca Insani Yardım Vakfi, que o governo de Israel acusa de ter relações com os grupos terroristas Hamas e Al Qaeda. A organização turca foi fundada em 1992 para levar ajuda a bósnios durante a Guerra da Bósnia e Herzegovina (1992-1995), está presente em 120 países e esteve em desastres recentes, como o terremoto no Haiti.

O objetivo do grupo era claramente desafiar o bloqueio e chamar a atenção para a causa palestina. A operação, no entanto, custou a Israel muito mais que prejuízo político: fortaleceu o seu inimigo, o Hamas, e isolou o país.

A tensão em Gaza também voltou a aumentar nos últimos dias. No dia 5 de maio, a Marinha israelense impediu outro navio, o irlandês Rachel Corrie, de furar o bloqueio. Não houve vítimas. Dois dias depois, tropas atiraram contra um barco palestino na costa de Gaza e mataram pelo menos quatro pessoas. Os mortos seriam militantes do Fatah, organização política e militar rival do Hamas que controla a Cisjordânia.

Protestos
 
Os protestos contra Israel se estenderam para além do mundo árabe, em manifestações e boicotes na Europa, onde o Parlamento europeu reprovou a ação. Governos de todo o mundo, incluindo o Brasil, condenaram o ataque e pediram providências junto à Organização das Nações Unidas (ONU). O caso teve repercussão negativa inclusive entre judeus não ortodoxos e israelenses.

Um dos maiores danos no campo diplomático foi o desgaste das relações com a Turquia, um importante aliado de Israel no Oriente Médio e mediador de conflitos entre árabes e israelenses. A morte dos turcos (um deles com cidadania americana) levou o governo da Turquia a retirar o embaixador de Tel-Aviv - medidas também adotadas por Egito e Jordânia, estados árabes que apoiam Israel - e ameaçar romper laços diplomáticos. A Turquia tem governo islâmico e vinha desempenhando papel estratégico nos processos de paz na região.

A possível perda de aliados acontece num momento delicado, em que o governo israelense, junto com os Estados Unidos, tenta aprovar novas sanções contra o Irã, devido ao programa nuclear do país. Ao mesmo tempo, Israel resiste à pressão dos vizinhos para que elimine seus arsenais nucleares.

Passados três anos do bloqueio de Gaza, ficou claro que a medida é ineficiente. Os propósitos de Israel eram debilitar o Hamas diante os palestinos, impedir o armamento do grupo terrorista e forçar a libertação de Gilad Shalit, soldado israelense sequestrado há quatro anos. Nada disso foi conseguido. A população de Gaza não se rendeu pela fome, o Hamas continua recebendo armas por túneis na fronteira com o Egito e o soldado continua capturado.

Em dezembro de 2008, Israel bombardeou a Faixa de Gaza em represália a foguetes disparados pelo Hamas contra comunidades judaicas, deixando 1.400 mortos. Na época, parcela da opinião pública considerou o ataque israelense desproporcional.

Obama
 
Dessa vez, porém, o desequilíbrio no panorama do Oriente Médio pode ser maior. Prova disso é a perda de crédito com os Estados Unidos, aliado histórico de Israel e promotor de acordos de paz. Para analistas políticos, o apoio aos israelenses se tornou um fardo para o presidente Barack Obama, que no começo do mandato retomou o diálogo com os países árabes e rompeu com a política unilateral de seu antecessor no cargo, George W. Bush.

Mesmo sendo um dos poucos países a não condenarem a ação, o suporte que a Casa Branca oferece ao Estado israelense - financeiro, militar e político - nunca foi tão questionado entre a população, sobretudo entre os democratas (partido de Obama). Além disso, segundo alguns analistas, o incidente com a flotilha deixa os americanos, que já são alvos de grupos terroristas, em desvantagem nas negociações com o mundo árabe.

O caso lembra um ataque da marinha britânica contra o navio Êxodus, em julho de 1947, que levava sobreviventes do Holocausto. Os judeus tentavam imigrar para a Palestina, que era então controlada pelo Reino Unido, mas não tinham autorização do governo britânico. Três judeus foram mortos e os demais, cerca de 4.500 - entre homens, mulheres e crianças -, deportados para a Alemanha.

Na ocasião, as mortes a bordo do Êxodus favoreceram a campanha de reconhecimento do Estado judeu, criado em 1948. As manifestações que se seguiram ao ataque despertaram a simpatia pelos judeus, que haviam sido vítimas de um dos maiores massacres da história na Alemanha nazista. Quase 63 anos depois, a situação parece ter se invertido. O povo que levou a cultura e a democracia ocidentais para o mundo árabe hoje é visto, por parcela da opinião pública, como Golias enfrentando Davi. 
 
 
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Roberto Santos